Inúmeros criadores estão buscando a maximização da chamada eficiência produtiva e para alcançar resultados positivos, obrigatoriamente, deve-se ter uma performance reprodutiva satisfatória.
Apesar de determos o maior rebanho comercial do mundo, a taxa de natalidade é baixa, cerca de 62% de bezerros nascidos de pouco mais de 71 milhões de fêmeas em idade reprodutiva, ou seja, fêmeas bovinas com mais de 24 meses (ANUALPEC 2009). Com este dado, concluímos que o intervalo entre partos é de aproximadamente 17 meses, o que reduz a rentabilidade da atividade pecuária. No sistema de criação extensivo, como é feito na maioria das propriedades brasileiras, é observado que um número expressivo de vacas encontra-se em anestro pós-parto no início da estação de monta (BARUSELLI et al., 2004). Associado a esse fato, a baixa taxa de detecção de cio leva a reduzidas taxas de serviço na grande parte do nosso rebanho. Com isso, existe uma grande dificuldade de obter gestações nos primeiros 75 a 85 dias pós-parto, o que torna inviável o intervalo entre partos de 12 meses.
O uso de biotécnicas reprodutivas tem-se mostrado eficiente para avanços genéticos, lucratividade e viabilidade econômica. A inseminação artificial em tempo fixo (IATF) tem grande destaque por apresentar diversas vantagens como a eliminação da necessidade de detecção de cio, a otimização de material com animais não aptos ao programa reprodutivo como, por exemplo, animais muito magros ou muito jovens. A IATF é um processo em que são empregados fármacos que permitem a sincronização da onda folicular e consequentemente o momento da ovulação.
A utilização de maneira correta e supervisionada por um técnico resulta no aumento das taxas de serviço e de concepção e, por consequência, eleva as taxas de prenhez, proporcionando uma redução do intervalo entre partos, do período de serviço, otimizando taxa de desfrute da propriedade, o que significa permitir ao produtor a intensificação da produção de carne ou leite/hectare/ano, e com isso melhorar o retorno econômico.
Nos últimos cinco anos, o número de animais inseminados com a utilização da técnica de IATF tem aumentado de forma considerável, cerca de 30% ao ano, mostrando toda eficácia da técnica. Vale citar aqui que nunca se deve esquecer que a aplicação dos hormônios reprodutivos não substitui o adequado manejo nutricional e sanitário, mas sim se agrega a eles.
Devemos atentar para algumas questões tais como a escolha do protocolo. Atualmente a redução de passagens dos animais no tronco de contenção tem sido amplamente usada, sendo que este protocolo é conhecido como três manejos. Quanto a horários de aplicação, quantidades e sequência de administração dos hormônios, estes devem ser seguidos rigorosamente.
Sendo assim, pode-se concluir que emprego da técnica de IATF é essencial para o desenvolvimento da pecuária e da economia nacional.
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marcelo corrêa da silva
12/08/2010 - 12:00
Gostaria de saber as hip¾tese dos senhores para explicar a baixÝssima taxa de adoþÒo de IA no Brasil...
Evandro Davanço - Ourofino Saúde Animal
17/08/2010 - 08:42
Caro Sr. Marcelo CorrÛa, primeiramente gostaria de agradecer seu comentßrio que por sinal foi muito oportuno. Respondendo sua d·vida, se analisar o por que da IA tradicional nÒo "decola" no Brasil hß dois pontos principais; 1o Ú o fato de um grande n·mero de animais nÒo apresentarem cio durante longos perÝodos, mais de 60, 90 dias, hß alguns trabalhos que demonstram estes n·meros, mas atribuÝmos isto pelo manejo realizado na maioria das fazendas brasileiras, modo de criaþÒo extensivo o que dificulta a observaþÒo de cio, grande lotes, animais de origem zebuÝna possuem uma manifestaþÒo de cio menor que animais de sangue europeu e ainda na maioria das vezes a manifestaþÒo do cio Ú no perÝodo noturno. 2o fator Ú um longo perÝodo de anestro p¾s-parto o que dificulta ainda mais o uso da tÚcnica de IA. Estes dois fatores sÒo os principais entraves para que se realize a IA, jß que os animais nÒo manifestam cio e portanto nÒo podem ser inseminados. Espero ter respondido sua d·vida e estou Ó disposiþÒo para outras informaþ§es.
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