Existem cerca de duas mil espécies de roedores1 no mundo, representando algo em torno de 40% de todas as espécies de mamíferos existentes.
Os roedores vivem em qualquer ambiente terrestre que lhes dê condições de sobrevivência. Apresentam extraordinária variedade de adaptação na natureza, suportando os mais variados climas, tipos de vegetação, além de tolerar grandes altitudes e em cada região mostrarem um grande número de adaptações fisiológicas.
Eles são capazes de adaptar-se ao mesmo ambiente do homem, com quem passa a conviver confortavelmente, tornando-se um comensal, um animal sinantrópico2 indesejável por excelência, isto é, um animal com o qual o homem é forçado a conviver mesmo contra sua vontade.
Perdas econômicas e transmissão de doenças
A presença de roedores em áreas urbanas e principalmente em áreas rurais gera grandes perdas econômicas e problemas sanitários para o homem e os animais.
Nos campos, atacam e destroem plantações de milho, cana-de-açúcar, arroz e trigo, que são algumas das culturas onde a ação dos roedores pode ser devastadora. Outro caso são os danos causados no armazenamento de ração e insumos (com roeduras, consumo e contaminação com fezes e urina) e nas instalações e equipamentos com roeduras, podendo causar curtos-circuitos.
Prejuízos incalculáveis são registrados todos os anos como resultado direto da presença e ação dos roedores.
Também são transmissores potenciais de várias doenças aos animais e ao homem (zoonoses), como: salmoneloses, leptospirose, hantavirose, peste bubônica, febre aftosa, doença de newcastle, triquinose, entre outros.
Espécies de roedores
Nas áreas rurais, temos que fazer uma distinção entre os roedores que ali poderão ser observados.
Os roedores que nós encontramos vivendo livres no campo (plantações), geralmente de pequeno porte, são espécies silvestres. Normalmente estão em perfeito equilíbrio na natureza porque participam de diversas cadeias alimentares. Só nos causam problemas quando ocorre um crescimento excepcional de suas populações, provocado por desequilíbrios ecológicos como a eliminação de seus predadores naturais (corujas e cobras, por exemplo) ou por grandes produções de seus alimentos preferenciais (arroz, trigo, milho).
Os roedores comensais também são encontrados na zona rural e têm três importantes espécies, mas que nos preocupam: a ratazana (Rattus norvegicus), o rato de telhado ou rato preto (Rattus rattus) e o camundongo (Mus musculus).
Esses roedores não são vistos tendo vida livre como os silvestres porque não pertencem a esse meio ambiente. São encontrados onde o homem se estabelece, como em criações intensivas de animais de produção (galinha, suínos, gado confinado), onde proliferam-se intensamente devido à grande oferta de alimento.
Controle
É extremamente importante identificar previamente quais das espécies dos roedores comensais existem na propriedade, já que cada uma tem seus próprios hábitos. Ao conhecer esses dados biológicos, será possível a escolha dos métodos mais apropriados de combate à espécie(s) alvo.
A escolha do raticida ou raticidas mais indicados a cada caso e seu uso adequado em cada situação dependerá muito dessa identificação.
A observação cuidadosa dos locais onde os roedores estão permite aos produtores saber exatamente onde aplicar o raticida.
Alguns sinais podem nos dar uma idéia se uma determinada área tem problemas de roedores: sons, fezes, urina, pegadas e marcas de cauda, trilhas, tocas e ninhos, manchas de gordura, roeduras, entre outros.
Fazendo uma desratização correta, podemos minimizar os grandes prejuízos causados pelos roedores.
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