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As baixas temperaturas registradas nos últimos meses em diversas regiões do País representam um risco para a avicultura. A exposição ao frio pode comprometer a produtividade, provocar a desuniformidade do lote ou, até mesmo, levar as aves à morte. Isso, porque os animais só desenvolvem completamente o sistema termorregulador com cerca de 21 dias de vida, quando começam a surgir as penas. Antes que as aves cheguem a esse estágio, é fundamental que o produtor adote medidas para fornecer condições de temperatura dentro da exigência do animal.
Para evitar que o plantel padeça dos males trazidos pelo frio, o produtor deve fornecer um sistema de aquecimento, que pode ser movido a lenha, gás, energia elétrica, solar ou biomassa. Além disso, é importante fazer o isolamento térmico da cobertura do aviário com polioretano, polietileno, mantas térmicas ou qualquer tipo similar que melhore a resistência térmica da instalação. O avicultor também deve utilizar cortinas duplas, formando estufas, de forma a manter o calor dentro da instalação. É recomendado ainda o uso de forro, uma segunda barreira contra a radiação solar interna, que reduz o volume de ar a ser aquecido dentro do aviário, promovendo, de forma econômica, um melhor aquecimento das aves.
De acordo com Paulo Abreu, pesquisador da área de ambiência e bem-estar da Embrapa Suínos e Aves, é essencial que o produtor não negligencie alguns cuidados básicos ao adotar tais medidas. É importante lembrar, por exemplo, que o consumo de água tem relação direta com o consumo de ração, por isso a água deve ser mantida a uma temperatura em torno de 15 a 20 graus celsius durante o inverno.
— Outro cuidado básico importante é o da ventilação mínima. Durante o inverno, essa ventilação não tem o efeito de reduzir a temperatura dentro da instalação, mas de promover a renovação do ar. A ventilação retira do interior do aviário gases como amônia e CO2 e repõe um ar mais limpo, com menor oxigenação. Nos primeiros dias, a ventilação deve estar em torno de 0,1 a 03 metros por segundo e, a partir do momento que as aves desenvolvem o sistema termorregulador, pode ser acelerado para um metro por segundo — explica Abreu, reforçando a importância de se ter instalações abertas, com manejo da cortina para que o produtor tenha facilidade em promover a ventilação mínima.
Os cuidados básicos com o frio devem ser adotados por avicultores de qualquer região do País, independentemente do nível de tecnificação ou tamanho da granja. A demanda pelo aquecimento pode ser calculada com base nas quilocalorias que o animal exige. No mercado existem vários sistemas de aquecimento que fornecem melhor ou pior eficiência, dependendo da necessidade do aviário. O importante é adequar a capacidade calorífera à exigência das aves para promover o bem-estar e evitar o mau desempenho dos animais.
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