Preço de feijão alto para o consumidor. Desestímulo ao consumo. Estamos falando de 2010, mas poderíamos estar falando de 2008. Por outro, lado produtores implorando pela ajuda do governo e preços abaixo do mínimo, estamos falando de 2009. E assim segue o mercado brasileiro do feijão.
Uma reflexão fria sobre a situação aponta que a raiz do problema conjuntural que ocorre na cadeia produtiva do feijão precisa ser tratada. Dependemos de feijão carioca quando sobra não pode ser exportado e quando falta não de onde trazer. A semana passada o mercado apontava pra algo em torno de US$ 1400 por tonelada e, naquele momento, o brasileiro, se conhecesse o feijão consumido no mundo afora - o pinto beans (paulistinha no Brasil), poderia estar pagando 40 % a menos na gôndola - detalhe com o mesmo sabor e cor do feijão carioca.
As empresas de pesquisa e desenvolvimento de novas cultivares já trabalham com afinco em feijões gourmet ou exportáveis. Os produtores estão ávidos por oportunidades de plantio que não impliquem na oscilação enorme de preço: precisam de algo mais previsível. O que não temos ainda é uma maneira de financiar a comunicação ao consumidor. No momento em que ele souber que pode ter o mesmo feijão com todas as características nutricionais do carioca por um preço melhor não há duvida que optará por um feijão levemente diferente. A cadeia produtiva entende que o governo que tem interesse tanto em preservar os produtores quanto tem interesse em salvaguardar o bolso do consumidor terá bons motivos para comunicar ao cidadão que ele pode manter o feijão em sua dieta ao preço justo.
Ainda lembram alguns, o Ministério da Saúde tem o dever de ao constatar queda no consumo, com óbvio prejuízo a saúde e também ao erário, incentivar o consumo destes feijões gourmet. O Instituto Brasileiro do Feijão em recente contato com o National Dry Bean Council apresentou um plano para desenvolver o consumo destes feijões do Brasil. A iniciativa foi acolhida muito bem e deverá render frutos em breve.
Este mecanismo já foi utilizado no México que desenvolveu o habito de consumir estes feijões e, agora, quando existe déficit de produção, busca no mercado internacional suprir-se pelo menor custo. Somente com iniciativas com esta que vão direto ao âmago da questão, poderão em breve diminuir as oscilações abruptas que beneficiam apenas os especuladores e prejudicam o restante da cadeia produtiva.
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José Roberto de Menezes
24/08/2010 - 10:58
Marcelo, porque tanto esforþo para reduzir as poucas oportunidades do agricultor brasileiro. O projeto FeijÒo Paulistinha, a exemplo do trigo vai prejudicar o consumo e a evoluþÒo tecnol¾gica do feijÒo no Brasil. O agricultor brasileiro nÒo consegue competir com o subsidio dos paÝses ricos. O baixo consumo de feijÒo nos Estados Unidos demonstra a baixa qualidade das cultivares Norte Americanas. Deve existir outras maneiras de desenvolvimento do feijoeiro no Brasil, sem destruir o mercado interno. Vamos pensar em tecnologias do sabor e do preparo.
Marcos Massamitsu Iamamoto
30/08/2010 - 17:04
Caro Marcelo, eu sempre acreditei na boa vontade das pessoas, assim como muitos produtores desse Brasil, nÒo sei se vocÛ se recorda, mais tinha um slogan do Figueiredo, que falava o seguinte: "Plante que o JoÒo garante". Acho louvßvel a sua atitude em falar do feijÒo paulistinha (rajado), mas buscar a estabilidade de fornecimento de matÚria prima e de preþo ao consumidor no mercado externo Ú um tanto inconseq³ente, pois regular estoque de um produto da cesta bßsica do brasileiro, com produto vindo do mercado externo, alÚm de consumir divisas, acarreta dependÛncia externa!! A melhor forma de estabilizar o fornecimento de feijÒo carioca novo e de qualidade de mesa para o consumidor e com garantia de preþo justo, deverß ser efetuado atravÚs de um plano agrÝcola sustentßvel dentro de um paÝs de tamanho continental, resolvendo as sazonalidades de fornecimento de feijÒo ao mercado e nÒo com importaþÒo.
Quer garantir fornecimento de feijÒo novo e com preþo acessÝvel, garanta ao produtor um preþo mÝnimo justo e recebÝvel!!
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