Quanto custa tratar uma vaca com mastite? Nos Estados Unidos, estudos do National Mastitis Council já demonstraram prejuízos de aproximadamente US$ 200,00 para cada vaca infectada. Estimativas feitas no Brasil calcularam perdas de 17% do volume total de produção de leite em decorrência da doença. Se o número prevalecesse em 2008, por exemplo, quando a produção no país foi de 27 bilhões de litros, a perda seria de R$ 2,3 bilhões para o Brasil, segundo a Embrapa.
Os graves prejuízos causados por essa inflamação na glândula mamária são bastante conhecidos na pecuária leiteira. Essa enfermidade acarreta em grandes perdas econômicas para os produtores, sobretudo por causa da redução na produção, dos gastos com medicamentos, do aumento da mão de obra e também das penalidades aplicadas.
Em vista desse problema, a Ourofino Agronegócio realiza frequentemente treinamentos em propriedades para conscientizar sobre os cuidados com a higiene e com a saúde do animal. O SIGA (Soluções Integradas em Gestão Agropecuária), desenvolvido pelo departamento técnico de bovinos, ressalta a importância da qualificação dos funcionários que lidam diretamente com o rebanho.
“A mastite pode ser transmitida por meio da ordenha pelas mãos do ordenhador, que estejam contaminadas por leite infectado, ou seja, pela falta de higiene. Cuidados básicos, como o uso de luvas descartáveis, limpeza e desinfecção adequada dos equipamentos e cama, além da alimentação adequada dos animais, podem prevenir a mastite”, afirma a médica veterinária e gerente técnica da Ourofino, Daniela Miyasaka.
Para ajudar na prevenção à mastite, Miyasaka, que também é doutora em patologia animal, dá algumas dicas para o dia-a-dia na fazenda:
1) Estabeleça uma sequência na linha de ordenha: novilhas (vacas primíparas) de primeira cria; vacas que nunca tiveram mastite; vacas que tiveram mastite clínica há mais de seis meses; vacas que tiveram mastite clínica nos últimos seis meses; vacas com mastite subclínica. Separar do rebanho as vacas com mastite clínica e ordenhar separadamente.
2) Realize diariamente o teste da caneca de fundo escuro, com leite retirado nos três primeiros jatos. Esse teste permite o diagnóstico da mastite clínica e diminui o índice de contaminação do leite.
3) Faça a imersão dos tetos em solução desinfetante e deixe agir por 30 (trinta) segundos.
4) Utilize o papel-toalha descartável para fazer a secagem dos tetos (utilizar um papel para cada teto).
5) Coloque as teteiras e ajuste-as. Retire as teteiras quando terminar o fluxo de leite.
6) Para diminuir os casos da mastite, algumas terapias são essenciais: pré-dipping, pós-dipping e terapia da vaca seca.
A manifestação da doença
A mastite pode ser causada por agentes contagiosos ou ambientais. No primeiro caso, a doença é transmitida de uma vaca infectada para uma vaca sadia, principalmente durante a ordenha. Já os agentes ambientais estão presentes no ambiente em que o animal vive. “A grande quantidade de matéria orgânica e umidade da cama do animal, por exemplo, pode provocar o aumento do número de bactérias. É um problema que pode ser evitado”, diz a veterinária Daniela Miyasaka.
Quanto à forma de manifestação, a mastite pode ser clínica ou subclínica. A mastite clínica apresenta sinais evidentes e por isso é de fácil diagnóstico, como aumento de temperatura, aparecimento de pus, grumos e mudanças nas características do leite. No caso da mastite subclínica, que não apresenta alterações visuais, é necessária a utilização de testes indiretos, como os exames com placas CMT – California Mastitis Test.
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