O crescimento populacional e o consequente aumento na demanda por alimentos tem provocado forte pressão sobre os agroecossistemas. O setor produtivo tem respondido com aumento da produtividade e da área cultivada, com impactos sobre os recursos naturais (solo, água, ar e biodiversidade).
Os sistemas de cultivo (preparo convencional, cultivo mínimo ou plantio direto) tem grande influência na conservação dos recursos naturais, especialmente em função da declividade do terreno, da textura do solo, da quantidade e da qualidade da cobertura vegetal e do teor de matéria orgânica (MO).
O conhecimento e a manipulação desses fatores, bem como dos climáticos (precipitação, temperatura e umidade disponível), permite melhor definir espécies de plantas para compor exploração agropecuária em base sustentável.
O plantio direto (PD) é um sistema de cultivo que se baseia em três princípios fundamentais: A = ausência de revolvimento do solo;Biodiversidade = rotação de culturas e C = cobertura permanente do solo e a sua “qualidade” depende essencialmente desses princípios.
No PD a cultura é semeada diretamente sobre os resíduos culturais do cultivo anterior ou sobre a palhada da cultura de cobertura do solo, sem o preparo com grades e/ou arados.
A rotação de culturas é caracterizada pelo cultivo de diferentes espécies em safras subsequentes na mesma área, ou seja, cultiva-se soja numa safra e na safra seguinte cultiva-se milho ou algodão. Ela normalmente é confundida com a sucessão de culturas, que consiste no cultivo anual de uma cultura principal, por exemplo, soja precoce ou feijão seguidos do cultivo de milho safrinha, sorgo ou milheto.
A cobertura permanente do solo é dada pelos resíduos vegetais do cultivo anterior e/ou pela palhada formada pela cultura de cobertura do solo estabelecida para esta finalidade (milheto, sorgo, pé-de-galinha, braquiárias etc.), associados à proteção do dossel da cultura comercial implantada. É consenso geral que no PD, pelo menos, 70 a 80 % da superfície do solo deva estar coberta com palha, o que pode ser conseguido com uma produção mínima anual de 6 a 7 toneladas de matéria seca por hectare.
Práticas de conservação do solo (terraceamento, plantio em nível, readequação de estradas, caixas de retenção de água das chuvas etc.) associadas ao uso de plantas protetoras, são estratégias de manejo, proporcionando, no curto prazo, o controle da erosão e, no médio/longo prazo, incremento nas reservas de carbono e nitrogênio, com efeitos positivos na capacidade produtiva do solo. Isto se dá pelo aporte de resíduos cuja composição é característica própria de cada espécie de plantas.
A exposição do solo à intensa radiação solar resulta em perda de MO, com impacto negativo sobre as suas características físicas, químicas e biológicas. Diante dessa ameaça, a proteção por cobertura vegetal, incorporando diversidade biológica, torna-se necessária à exploração agrícola de longo prazo.
O aumento no teor de MO do solo depende da adição de carbono e da redução na taxa de
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