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As pragas e doenças do figo podem causar perdas de até 80% da produção e a forma mais eficiente para evitar as perdas é simplesmente prestar atenção na plantação e ter cuidados básicos de manejo. É o que diz o técnico agrícola Alexandre Meneguzzo, da Emater Rio Grande do Sul, especialista em figo. A principal praga da cultura, a broca da figueira, é provocada por uma mariposa que ataca as figueiras e causa a morte de ramos e galhos. Ela pode ser combatida com a simples visita aos pomares. Basta o produtor semanalmente retirar os ponteiros (brotos novos) na ponta do ramo de produção ou queimá-los. Segundo Meneguzzo, se o manejo for feito corretamente o método tem 100% de resultado positivo.
— O principal é estar presente no pomar, observar. Muitos produtores se limitam a fazer somente o controle químico e esquecem de supervisionar a plantação. Com um pouquinho a mais de mão de obra, consegue-se reduzir bastante os problemas — ensina.
No caso das doenças, o controle é diferente. A principal doença que ataca as figueiras é a ferrugem e ela é combatida com a calda bordalesa, mas também é um tratamento barato. A ferrugem provoca o desfolhamento da planta, que fica com pouca capacidade de fazer fotossíntese. Isto faz com que ela tenha menos de condições de manter uma boa produção. A calda bordalesa pode ser feita pelos próprios produtores com a mistura de cobre e cal, calibrada para um Ph neutro. Segundo Meneguzzo, ela deve ser aplicada, em doses pequenas (0,2% ou 0,3%), quando aparecerem os principais sintomas, que são como manchas de óleo. Quando as chuvas atingirem entre 25 mm e 30 mm pode-se fazer a repetição do tratamento.
— Mas antes do remédio em si, é preciso que a localização do pomar seja bem feita. O sol da manhã e o sol do meio dia são importantes para a cultura, então quem plantar figo em área de costa tem que se preocupar em expor a planta para o norte e nordeste, para que haja um rápido secamento das folhas do orvalho. Também é importante distribuir as varas de produção, no momento da poda, para que não haja muita concentração de ramos, porque isto retarda o sacamento das folhas e quando o fungo encontra água livre sobre as folhas se propaga com facilidade — alerta.
O Brasil é o maior produtor de figo da América Latina. Várias regiões do país podem ter o cultivo, que é típico de áreas subtropicais, mas o centro-sul é a região mais propícia, não só por questões de solo e clima, mas principalmente pela questão de mercado consumidor.
— Por ser uma fruta de alta perecibilidade, é importante que o mercado produtor esteja próximo. O figo se adequa bem também a regiões de micro clima e montanhosas, produzindo paredes mais espessas. O figo só não se adequaria a áreas de produção muito elevadas, sujeitas a noites frias no mês de janeiro e março — explica.
No Brasil, existem além do tipo comum, a variedade Roxo de Valinhos (que é a mais cultivada porque produz uma parede mais espessa, ideal para a comercialização e suporta bem a poda), o Negrito, o Pingo de Mel, Albicone e Mission.
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