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Margareth Santos
18/01/2010
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A Rede FertBrasil tem o objetivo de reduzir a forte dependência nacional das importações de fertilizantes por meio da identificação de novas fontes de nutrientes, criação de tecnologias visando o aumento da eficiência e desenvolvimento de boas práticas para o uso do produto. De acordo com Vinicius Benites, pesquisador da Embrapa Solos e líder do projeto em rede, o objetivo é consolidar uma cadeia nacional de pesquisa e validação de inovações tecnológicas em fertilizantes.
— Um país que quer ser uma potência agrícola não deve ter uma vulnerabilidade tão grande em relação a fertilizantes, portanto essa é uma das questões fundamentais para a demanda do trabalho. A outra diz respeito aos nutrientes que não são aproveitados pelos sistemas de produção, saindo na forma de resíduos, daí o interesse em criar formas para a reutilização eficiente desses nutrientes. E temos ainda uma terceira questão, o uso ineficiente dos fertilizantes gerando grandes disperdícios, que precisa ser otimizado — revela Benites.
O agricultor vai sentir as diferenças através da indústria, com a chegada de produtos mais eficientes. Um dos componentes da rede, a transferência das boas práticas do uso correto dos fertilizantes, pretende avaliar diferentes procedimentos de uso em vários locais no Brasil e trazer um protocolo (manual) visando o aumento de eficiência, sobretudo na cultura de grãos e fibras.
— Mais do que gerar informações, nós queremos gerar tecnologias, portanto, é muito importante que os conhecimentos gerados sejam rapidamente transferidos. E para isso, a presença da iniciativa privada é essencial, fazendo com que a gente entenda qual a necessidade e o que pode ser realizado. Trabalhos na área de nitrogenados especiais, ou seja, adubos enriquecidos com minerais visando a redução de perdas, já estão parcialmente desenvolvidos e devem chegar ao mercado antes de 2012 — comenta.
Segundo o pesquisador Benites, a estrutura geral do estudo está divida nas fases de desenvolvimento, inovação e pesquisa, e é da interação entre os grupos que são gerados os produtos. Com a formação da rede, 18 campos espalhados pelo País estão avaliando os resultados, seguindo sempre a mesma conduta, trazendo segurança e garantindo a aplicabilidade dos produtos.
A rede, inciada em outubro de 2009, é complexa e envolve uma equipe multidisciplinar, que inclui geólogos, agrônomos, microbiologistas, engenheiros materiais, químicos e biólogos, entre outros, totalizando 211 profissionais. Fazem parte do projeto, 22 unidades da Embrapa, instituições de pesquisa e extensão, como a Associação das Indústrias de Fertilizantes Orgânicos (Abisolo), o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), entre outros, além da iniciativa privada, a exemplo da Petrobrás.
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