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Margareth Santos
13/01/2010
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O Projeto Agrosuíno, desenvolvido pela Embrapa Solos, sob a coordenação do pesquisador Vinicius de Melo Benites, aproveita os resíduos da suinocultura para a criação de fertilizantes organominerais granulados a serem usados em plantadeiras tradicionais. O produto final, desenvolvido a partir dos dejetos animais, é balanceado nutricionalmente e utilizado em máquina comum de plantio direto.
— A quantidade de dejetos suínos produzidos na região produtora de Rio Verde é impressionante, algo em torno de 1,6 milhão de metros cúbicos ao ano. Um material rico em potássio, nitrogênio e fósforo e pouco utilizado foi o que originou o trabalho para tentar calibrar melhor essa questão — comenta.
De acordo com Benites, a pesquisa está na fase de avaliação agronômica do produto e foi constatado que é possível tecnicamente produzir um fertilizante organomineral de excelente qualidade, que atende às demandas do Ministério da Agricultura, e com características necessárias para nutrição, teores de nitrogênio, fósforo e potássio. A ideia é usar na agricultura em substituição ao fertilizante mineral e verificar qual o aditivo que a matéria orgância está somando ao produto, melhorando a sua qualidade.
— O trabalho passa por três diferentes fases e a primeira delas é a compostagem, onde nós otimizamos a mistura entre dejetos de suínos, que é líquido, com fontes de materiais palhosos, como bagaço de cana, e verificamos qual a opção para obter o melhor composto. Definido o composto, passamos a produzir o fertilizante usando diferentes fontes de fósforo para enriquecê-lo. Com as estapas cumpridas, o material é granulado. Inclusive, uma vez que se pode granular, abre-se um leque de opções futuras, já que podemos usar o mesmo procedimento para introduzir outros micronutrientes ao produto — esclarece.
Para ser lançada, a nova tecnologia precisa ser testada por três anos, a campo, para avaliação da sua eficiência. A safra 2009/2010 é a primeira avaliação desse produto, que está sendo examinado no Centro Tecnológico da Comigo (Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano), nas culturas de soja e milho.
— A lucratividade da suinocultura é baixa, por isso qualquer acréscimo de valor à produção é bem vindo. Os resíduos são responsabilidade do produtor, portanto, a partir do momento em que se cria a possibilidade de transformar os resíduos em produto de valor comercial, ocorre um incremento econômico. O processo de aplicação do resíduo in natura no solo, usado hoje, acarreta perda de nutrientes. Com o fertilizante granulado, colocado em plantadeira, aproveita-se melhor os nutrientes, gerando também um ganho ambiental — afirma.
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