O Plantio Direto (PD) ou Plantio Direto na Palha (PDP) foi introduzido no Brasil no início da década de 1970 para auxiliar no controle da erosão e hoje, com quase 40 anos é utilizado em mais de 25 milhões de hectares dos 47 milhões cultivados com lavouras anuais.
Ele evolui e passou a ser denominado Sistema Plantio Direto (SPD) e hoje é reconhecido como um dos mais modernos sistemas de produção agrícola sustentável, sendo o mais indicado para o manejo dos solos tropicais, que são solos muito antigos, e por isso intemperizados (que sofreram desgaste pela ação da chuva, do sol, da temperatura, do vento e do tempo), como no caso do nosso país.
O SPD consiste num conjunto de práticas agrícolas baseado em três princípios fundamentais: ausência de revolvimento do solo, cobertura do solo e rotação de culturas.
No SPD não se revolve o solo com arados e grades visando o seu preparo para fazer o plantio, o revolvimento é restrito apenas a sulco de plantio, onde os fertilizantes e as sementes são colocados.
A cobertura do solo é dada pelos resíduos da cultura anterior e/ou pela palhada formada pelas plantas de cobertura do solo, fazendo com que o mesmo permaneça coberto o tempo todo, isto é, quando não está coberto com palha está coberto pelo dossel da cultura implantada.
A rotação de culturas é caracterizada pelo cultivo de diferentes espécies em safras subsequentes na mesma área, ou seja, cultiva-se soja numa safra e na safra seguinte cultiva-se milho ou algodão. Ela normalmente é confundida com a sucessão de culturas, que consiste no cultivo de uma cultura principal, por exemplo, soja precoce seguida do cultivo de milho safrinha, sorgo ou milheto.
Atendidos estes três princípios básicos, a adoção do SPD proporciona uma série de benefícios econômicos, ambientais e sociais.
Os benefícios econômicos podem ser expressados pela redução dos custos de produção em função da diminuição no consumo de combustíveis, com a eliminação das operações de preparo do solo, da redução do uso de herbicidas, inseticidas e fungicidas e pelo aumento da produtividade das lavouras condicionado pelo aumento na eficiência no uso de fertilizantes e pela disponibilidade de água no solo.
Os ganhos ambientais podem ser percebidos pela maior infiltração da água das chuvas no solo, reduzindo a erosão e consequentemente a contaminação dos corpos d’água, o assoreamento dos rios e reservatórios de água, tanto para o abastecimento humano quanto para a geração de energia, aumentando a recarga dos aqüíferos, o que auxilia na regularização da vazão das nascentes.
Atualmente a Agência Nacional de Águas (ANA) reconhece o produtor rural que adota do SPD como “Produtor de Água” e já está pagando uma bonificação pelos serviços ambientais gerados na propriedade.
Os benefícios sociais são consequência dos serviços ambientais gerados e podem ser notados pela redução na emissão de gases de efeito estufa – um dos responsáveis pelo aquecimento global – em função da diminuição no consumo de combustíveis fósseis; pelo sequestro de carbono na palhada e na matéria orgânica do solo, contribuindo para a melhoria das condições ambientais e gerando oportunidade futura de renda extra com a comercialização de créditos de carbono, em função da redução da emissão e do sequestro.
Com a realização da 15ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-15), em Copenhague, na Dinamarca estamos vivenciando um momento de preocupação e reflexão mundial com os cenários das mudanças climáticas, os quais nos indicam a necessidade premente da mudança de comportamento humano onde deveremos encontrar maneiras de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e produzir, em esp
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