Todo leitão nasce sem imunidade, já que a placenta da porca é muito grossa e não transmite anticorpos durante a gestação. Portanto, a eficiência da amamentação é fator fundamental para a garantia da saúde da prole, e na suinocultura isso não é diferente. O colostro das fêmeas pode ser considerado a primeira vacina natural do suíno e, quanto antes fornecido, maior a eficácia e os benefícios ao longo da vida dos leitões.
Nos primeiros dias de vida, é possível conferir aos leitões elevado grau de imunidade contra a circovirose, considerada como um dos principais desafios da suinocultura moderna, e, assim, atuar de modo preventivo. Afinal, é cada vez maior a consciência dos produtores quanto ao investimento na prevenção das doenças para não arcar com os prejuízos depois.
Muitas granjas brasileiras procuram prevenir a circovirose por meio da vacinação dos leitões. Mas, como estes nascem sem imunidade, caso o circovírus esteja presente no ambiente, o contágio acaba sendo inevitável enquanto esta vacinação não for realizada.
Dessa forma, ganha destaque na suinocultura a vacinação passiva, com a imunização das matrizes, buscando uma eficiente imunologia. Essa prática auxiliará no sucesso da atividade ao reduzir a mortalidade de leitões, permitindo com que cheguem à idade adulta mais protegidos contra as enfermidades.
Vários trabalhos científicos comprovam que a imunização passiva de leitões (via matrizes, notadamente marrãs), diminui a mortalidade nas fases iniciais e finais de vida, diminuindo a pressão infectiva pelo circovirus nos animais e ambiente, ajudando para que os leitões desenvolvam um bom sistema imune contra os desafios patogênicos futuros. Também protege fêmeas contra transtornos reprodutivos ligados à circovirose suína.
Assim, além de ressaltar a importância da alimentação e a sanidade adequada das fêmeas gestantes, visando a qualidade do colostro (composto por proteína, gordura, água, lactose e anticorpos) é preciso atentar e garantir assistência ao parto nas granjas para que cada leitão tenha condições de receber cerca de 200 gramas de colostro nas primeiras 24 horas de vida e, de preferência, nas duas primeiras horas.
A granja pode trabalhar com a programação dos nascimentos, segundo um programa rígido de controle no período da maternidade, cujo sucesso colabora decisivamente para o resultado econômico do projeto. Uma alternativa a ser considerada é a indução do parto seguido de manejo adequado visando a uniformidade da ingestão do colostro.
Também é fundamental o adequado atendimento ao neonato (que envolve secagem, massagem, desobstrução de vias respiratórias e ativação do sistema circulatório ), permitindo que ele tenha energia para tomar o colostro. E não é só ao momento da primeira amamentação que os suinocultores devem redobrar sua atenção. O cuidado deve prevalecer durante todo o período da maternidade, que dura 21 dias até que o leitão seja desmamado e siga para a creche.
Entre os cuidados essenciais dessa fase estão o manejo adequado do escamoteador, corte e cauterização da cauda, desgaste dos dentes, aplicação de ferro, uniformização da leitegada, fornecimento de fontes adicionais de energia e castração. O manejo eficiente nesses 21 dias, começando com a vacinação das mães para garantir o suprimento de anticorpos aos leitões, via colostro, influenciarão sobremaneira na eficiência da granja.
Estudos recentes indicam que o custo com sanidade antes do aparecimento da circovirose fica em torno de 2,5% das despesas totais, enquanto após o surgimento da doença os gastos com sanidade sobem para 3,5% a 5% e em casos mais graves até 8%. Portanto, a prevenção é uma decisão economicamente inteligente. Lançada no mercado nacional em 2007, Circovac® foi a primeira vacina industrial contra a circovirose suína. A vacina pode ser indicada tanto na imunização direta dos leitões quanto passiva; quando se vacinam matrizes para conferir imunidade à leitegada via colostro.
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