O interesse pelo cultivo consorciado de plantas produtoras de grãos com forrageiras tropicais em sistema de plantio direto tem aumentado significativamente, por parte de técnicos e produtores, em regiões caracterizadas com inverno seco. Tal fato se deve às baixas produções de palhada por espécies utilizadas para adubação verde e cobertura do solo, e pelo alto risco das culturas de safrinhas, levando muitos agricultores a optarem por não cultivar suas áreas neste período, permanecendo ociosas por até sete meses do ano e com baixa cobertura vegetal. Assim, devido à rápida decomposição da palhada das culturas de verão, especialmente soja, feijão e algodão, a viabilidade e a sustentabilidade do sistema plantio direto, tornam-se comprometidas.
Nesse panorama, o cultivo consorciado do milho com a brachiaria passa a ser uma excelente alternativa para viabilizar o sistema. Estudos confirmam que a presença de forrageiras não afetam a produtividade de grãos de milho, porém, em alguns casos, há necessidade de aplicações de subdoses de herbicida (nicosulfuron) para reduzir o desenvolvimento da forrageira.
Veja algumas das modalidades de plantio deste consórcio:
- Plantio da brachiaria na linha no momento da semeadura do milho;
- Plantio da brachiaria na entrelinha no momento da semeadura do milho;
- Plantio da brachiaria na linha e entrelinha no momento da semeadura do milho;
- Plantio da brachiaria na entrelinha no momento da cobertura do milho;
- Semeadura da brachiaria sobre o plantio da soja, quando esta começar a completar o ciclo.
Cultivos consorciados da brachiaria simultaneamente à semeadura do milho na linha e na entrelinha acarretam em redução da produtividade de grãos, em função da maior competição entre as espécies. Neste caso, recomenda-se à aplicação de nicosulfuron em subdosagem, para reduzir o crescimento da forrageira, garantindo pleno desenvolvimento da cultura do milho.
No consórcio do milho com a brachiaria, a forragem pode ter dupla finalidade, servindo como alimento para a exploração pecuária, a partir do final do verão até o início da primavera, e posteriormente, para a formação de palhada no sistema plantio direto. Existe também a possibilidade da utilização da forrageira exclusivamente como planta produtora de palhada, proporcionando cobertura permanente do solo, até a semeadura da safra de verão, subsequentemente.
Além destas vantagens, a Integração Lavoura-Pecuária pode ter outros objetivos como, reforma de pastagens degradadas, favorecendo a rotação da cultura, controle de pragas, doenças e plantas invasoras, melhorar as características físicas e biológicas do solo, reciclagem de nutrientes, conservação dos recursos naturais (água, solo) e da biodiversidade, entre outros.
Conheça algumas das espécies mais utilizadas na Integração Lavoura-pecuária: Ruziziensis; Decumbens; Massai; Milheto; Piatã. Vale ressaltar que, como em qualquer exploração agropecuária, o planejamento prévio das atividades, com adequado levantamento dos recursos disponíveis na propriedade, é necessário para o êxito da Integração Lavoura-Pecuária.
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