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Meio Ambiente  
Distribuição potencial do mexilhão dourado
Pesquisa da Embrapa Pantanal confirma o alto potencial de invasão do molusco de origem chinesa.
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Nivea Schunk
30/10/2009

A tese de doutorado da pesquisadora Marcia Divina de Oliveira, da Embrapa Pantanal, comprovou o potencial de alastramento do mexilhão dourado nas águas doces brasileiras. A espécie é natural da China e foi introduzida na América Latina através do rio da Prata, na Argentina. A probabilidade é que a transferência tenha ocorrido nas troca das águas de lastro, que garantem estabilidade de navegação aos grandes navios.

Devido às características únicas encontradas nas águas pantaneiras, o estudo foi conduzido com intuito de estabelecer os limites de tolerância do molusco. A pesquisadora ressalta que a região se equipara a um laboratório natural.

— A interação entre o rio e a planície de inundação proporciona baixo teor de cálcio, falta de oxigênio em algumas épocas do ano e maior acidez na água. Se o invasor resiste a essas condições extremas, a probabilidade de sobrevivência em outros locais é muito alta — explica Marcia.

A praga altera as
cadeias tróficas
e elimina as
espécies nativas.

As projeções de invasão foram feitas por meio de um sofisticado modelo de nicho ecológico, aplicado às variáveis ambientais e comportamentais descritas durante quatro anos de observação no rio Paraguai e lagos periféricos. A pesquisa mediu a densidade dos indivíduos, desde a etapa em que se movimentam livremente (larvas) até se fixarem, na fase adulta.

Além dos prejuízos econômicos causados pelos entupimentos que promove nas tubulações das estações de tratamento e usinas hidrelétricas, a praga provoca riscos ambientais à medida que altera as cadeias tróficas e elimina as espécies nativas.

— O Brasil precisa investir em pesquisas para desenvolver métodos de controle menos agressivos do que os utilizados atualmente. O rio Paraná, por exemplo, tem muitos reservatórios e em todos eles se usa produtos químicos. A questão é que não se sabe ainda os efeitos acumulativos dessa prática na natureza — revela.

Embora haja estudos sobre alternativas de combate mais apropriadas, o longo tempo exigido pelos experimentos não permite previsões de resultados práticos. Mesmo países como os Estados Unidos e Canadá convivem com o problema por falta de tecnologias mais eficazes.

Clique aqui, ouça a íntegra da entrevista concedida com exclusividade ao Jornal Dia de Campo e saiba mais detalhes da tecnologia.
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