Há anos me preocupo com o problema das clostridioses nos rebanhos. Sempre que tenho oportunidade, tento transmitir aos profissionais do campo a importância de proteger os animais contra o ataque dessas doenças, que são extremamente letais. Causadas por bactérias anaeróbicas do gênero Clostridium, as clostridioses são capazes de acometer bovinos de forma repentina e matá-los, muitas vezes, sem causa aparente. É uma das principais causas de mortalidade no rebanho brasileiro.
O que merece um alerta é o fato de os fazendeiros, muitas vezes, desconhecerem o motivo dessa mortalidade e associarem a ocorrência a picadas de cobra, a alguma erva venenosa ou a até mesmo mau-olhado. Quando há um cenário como esse, é preciso investigar a causa. Por isso, fazemos um alerta às clostridioses.
Normalmente presentes no solo, na musculatura ou no trato gastrointestinal dos animais, mesmo sadios, as bactérias permanecem nesses locais de maneira inofensiva à espera de uma oportunidade que seja favorável para o seu desenvolvimento e produção de poderosas toxinas, que são as responsáveis pela doença nos animais. Na maioria das vezes, elas se manifestam após procedimentos vacinais inadequados, ferimentos, castrações, partos e quando há troca de alimentação sem a devida adaptação.
A enfermidade ocorre em todo o País e afeta animais jovens e adultos em qualquer condição corporal. As doenças, algumas conhecidas e outras nem tanto, são causadas por diferentes bactérias do mesmo gênero – carbúnculo sintomático ou manqueira, gangrena pós-parto, gangrena gasosa, hepatite infecciosa necrosante, doença do rim polposo, hemoglobinúria bacilar, enterotoxemias, botulismo e morte súbita por clostridio. Cada tipo de patologia tem um agente etiológico, que se diferencia quanto ao modo de infecção e também nos sinais clínicos.
Em todas as clostridioses, o tratamento tem baixa chance de sucesso, pois as doenças matam os animais em poucos dias ou até mesmo em algumas horas após a manifestação de algum sintoma. Após a morte, o diagnóstico da enfermidade é feito por meio de investigação e necropsia. A confirmação através da detecção das toxinas por exames laboratoriais nem sempre é possível por questões de ordem prática e pelo baixo conhecimento no campo das formas de conservação e envio de material para análises. É imprescindível que o médico veterinário realize a necropsia do animal logo após a morte ou o sacrifique em fase agônica e envie o material, adequadamente acondicionado, ao laboratório, já que as bactérias presentes no ambiente e no próprio animal morto se multiplicarão rapidamente após a morte e poderão levar a erros de interpretação.
Como o tratamento é inviável na maioria das vezes, podemos dizer então que o rebanho está perdido? De maneira alguma. Diante desse fato é mais do que necessário o controle por meio de medidas profiláticas, como a vacinação, que aumenta a proteção dos animais. Devo ressaltar ainda que a vacina não cura as doenças. Ela faz com que o animal produza anticorpos contra as bactérias e toxinas para que esses anticorpos não deixarem as doenças se instalarem. A vacinação ativa o sistema imune e é comprovadamente o método mais eficiente e efetivo no controle dessas infecções e intoxicações.
Atualmente, o mercado brasileiro disponibiliza vacinas com diversas composições para a prevenção das clostridioses. A Ouro Fino Saúde Animal oferece produtos de qualidade, que são a garantia para o pecuarista aumentar sua lucratividade por meio da proteção do rebanho com a melhor tecnologia disponível. A solução da Ouro Fino contra as clostridioses é constituída de antígenos inativados (toxóides e bacterinas) das diferentes bactérias que podem desencadear o problema, com exceção do botulismo, que deve ser prevenido com vacina específica para essa finalidade.
Um alerta que fazemos é com relação à conservação das vacinas. Esse tipo de produto é sensível ao calor e não deve ser guardado fora da temperatura ideal, que é de 2º C a 8º C. Caso contrário, não funcionará. Não é recomendado guardar as vacinas nas fazendas, pois, como em qualquer outro lugar, pode haver falhas de manutenção da refrigeração e falta de controle da temperatura. Congelar a vacina faz com que ela perca totalmente o seu efeito. Diante disso, o apropriado para garantir a eficácia do produto é comprá-lo momentos antes de sua aplicação.
Outro ponto importante que deve ser seguido é o programa de vacinação. Para dar o resultado esperado, os produtores precisam respeitar o calend&aacu
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