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Kamila Pitombeira
27/06/2011
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Os principais problemas relacionados a doenças que atingem as videiras são os fungos de solo. Infelizmente, não existe nenhum tipo de fungicida que possa ser aplicado no solo para acabar com o mal. Mas os produtores podem tomar algumas medidas simples que evitam o surgimento dessas doenças e a consequente diminuição de produtividade das parreiras. Segundo Lucas Garrido, pesquisador na área de fitopatologia da Embrapa Uva e Vinho, existem vários fungos que podem atacar as videiras. Um deles é o chamado fusarium, um fungo de solo que chegou a matar muitas parreiras ao longo das décadas até que os produtores resolveram investir em porta-enxerto.
— Desde o início dessa década, começou a surgir outro problema, o chamado pé preto da videira. Esse fungo também causa a morte de parreiras e temos encontrado com bastante frequência associado ao problema da pérola da terra — conta o pesquisador.
No caso de fungos do solo, ele explica que eles atacam as raízes ou o tronco da planta, ocasionando o entupimento dos vasos condutores de seiva. Com esse entupimento, ocorre o apodrecimento de raízes e do tronco em contato com o solo.
— Esses fungos não se disseminam tão rapidamente como outros fungos que atacam a parte aérea da parreira. Os danos vão ocorrendo ano após ano. Em condições favoráveis para o desenvolvimento do fungo, o produtor terá uma mortalidade de 2% a 5% de plantas. Se as condições forem secas e o solo for bem drenado, a planta passa a ser mais favorecida — afirma.
De acordo com Garrido, se o produtor observar que a planta está entrando em declínio e começando a murchar, ele deve arrancar essa planta e observar o sistema radicular. Se ele estiver apodrecido, é sinal de que a doença pode estar atacando.
— Não existe um produto que controle problemas de solo relacionados a fungos. Existe todo um conjunto de medidas. Para saber exatamente que medidas, devemos levar em consideração algumas características desse fungo. Os fungos de solo geralmente gostam de solo encharcado ou mal drenado. Uma das medidas de controle é evitar o plantio em áreas sujeitas a encharcamento, solos mal drenados e de baixadas — orienta.
Já se o produtor não puder escolher uma área adequada antes do plantio, o pesquisador diz que ele deve realizar a construção de drenos. Outra medida que Garrido recomenda é aumentar a quantidade de matéria orgânica do solo. Segundo ele, tem-se observado muitos solos com baixo teor de matéria orgânica. Com isso, acabam existindo menos microorganismos nesse solo e, consequentemente, o fungo não encontra antagonista.
— É importante existir plantas de cobertura do solo e fazer análise química para uma possível correção com calcário. Portanto, existe todo um conjunto de medidas para deixar a planta em uma condição melhor. Assim, ela própria consegue se defender do ataque de fungos. Não existe um fungicida que possa ser jogado no solo e que combata esses fungos. Então, as medidas são de certa forma, paliativas — conta Garrido.
Ele afirma ainda que, muitas vezes, o produtor lança mão de vários produtos que, às vezes, não apresentam resultados de pesquisa. Mas, na maior parte dos casos, o agricultor acaba jogando dinheiro fora.
— Então, as principais medidas são a drenagem do solo, evitar ferimentos nas raízes, controlar adequadamente a pérola da terra e adquirir material vegetativo de boa qualidade — conclui.
Para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Uva e Vinho através do número (54) 3455-8084.
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