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Agronegócio        
Aspectos da suinocultura brasileira e a produção cárnea
Nos últimos anos, mudanças tecnológicas aumentaram importância econômica e social da atividade para o país
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Rodrigo Dias Coloni
03/11/2011

A suinocultura brasileira passou por mudanças tecnológicas nas últimas décadas, isto é, com o avanço da cadeia do agronegócio, essa atividade teve um crescimento nos últimos quatorze anos. Esse fato fica claro a partir de indicadores econômicos e sociais como participações de mercado, exportações, geração de empregos diretos e indiretos. Nessa atividade como em qualquer outra, um dos objetivos a serem atingidos, corresponde no aumento da produtividade e redução dos custos de produção. 

A criação de suínos ganha destaque como uma atividade de importância no cenário econômico e social. Atualmente, a suinocultura no Brasil vem ganhando destaque no que tange a produção de carne. Um outro aspecto importante favorável para esta atividade refere-se a grande extensão geográfica do Brasil possibilitando no aumento do rebanho suíno sem é claro, esquecer da parte ambiental, água, solos através da geração dos dejetos.

A suinocultura vem crescendo por ser uma atividade de reconhecida importância econômica e social para o Brasil.
 
De acordo com Roppa (2002), cerca de 730 mil pessoas dependem diretamente da suinocultura. A partir de um processo de produção integrado, com disponibilidade de insumos como grãos milho e soja, a atividade torna-se com um caráter mais competitivo no cenário externo em termos de custo de produção. O custo de produção brasileiro é considerado o menor se comparado aos países como China, Estados Unidos, etc.
 
A partir de um planejamento adequado, o Brasil se destaca na produção e exportação da carne suína ao lado da bovina e de frango. Principalmente para a exportação, está em moda a questão do bem-estar animal que visa atender às exigências do mercado consumidor, que cobra dos produtores e técnicos uma produção de alimentos com menor agressão ao meio ambiente e respeito à saúde dos animais. Nas últimas décadas, o assunto de bem-estar animal apresenta-se cada vez mais nas preocupações das pessoas.
 
Algumas características refletem o bem-estar animal como produtividade, condições reprodutivas, taxas de mortalidade, grau de imunidade e depressão alimentar (Broom & Johnson, 1993). Problemas como quantidade e principalmente qualidade da carne, também estão relacionados com o bem-estar animal.
 
Falando em qualidade da carne, todas as etapas que envolvem a produção desde o trabalho da genética, nutrição e manejo, tudo isso irá se refletir no momento do pré e pós-abate (Warris, 2000).
 
Os programas de melhoramento genético são ferramentas importantes no processo de seleção de animais em busca de suínos mais pesados (maior deposição de carne) e com melhor acabamento de carcaça, ou seja, busca-se um melhor rendimento de carne magra. Dentro desse trabalho, estudos mostraram a presença de um alelo recessivo n do gene Halotano, mais comumente encontrado na raça Pietran (Van Oeckel et al., 2001). De maneira antagônica, antigamente criava-se o porco tipo banha em que, não havia qualquer preocupação em termos de criação, alimentação, raça além de que, este fornecia praticamente a gordura muito utilizada na preparação de alimentos para a família. Detalhe interessante é que com o processo intenso de seleção ao longo dos anos em busca de carcaças magras, trouxe efeitos negativos sobre a qualidade da carne, principalmente na questão da palatabilidade.
 
A carne suína é uma das mais produzidas no mundo com sua proteína animal mais consumida dentre as demais espécies como a carne bovina, de frango, peixe, etc. É uma carne rica em nutrientes, fonte de minerais e vitaminas, baixo nível de gordura,  contribuindo para uma alimentação balanceada e saudável.
 
A qualidade da carne é uma característica importante para os consumidores que estão cada vez mais exigentes e preocupados com a questão da alimentação. A rastreabilidade dos animais confere um acompanhamento e conhecimento desde os hábitos de criação desses animais, condições no transporte dos mesmos até seu destino final no desembarque ao frigorífico para posterior processo de abate. Aspectos da cor, sabor, textura, suculência, aroma são creditados aos processos bioquímicos gerados na transformação do músculo em carne. Caso algumas destas características mencionadas estiverem alteradas, a qualidade dessa carne estará comprometida o que acarretará perdas econômicas significativas para a indústria da carne e consequentemente, os consumidores arcarão com as conseqüências do processo.
 
A produção de animais visando um melhor acabamento de carcaça de forma a atender as necessidades das indústrias, faz com que estimule o criador cada vez mais e ganhe por isso uma bonificação, isto é, um pagamento diferenciado na aquisição da carcaça em comportar boa profundidade em músculo (pernil e área de olho de lombo).
 
É preciso um equilíbrio entre a quantidade e qualidade da carne sendo que, as carcaças que apresentam maior proporção de carne magra são mais valorizadas.
 
A preocupação dos consumidores em receber um alimento saudável, de boa procedência e que contribua para manter a saúde vem de encontro à chamada segurança alimentar. Esta técnica podemos denominar assim, preza pela higiene operacional buscando sempre, a eliminação dos microrganismos. 
 
Os efeitos da qualidade da carne podem ser identificados a partir de expressões externas os quais, recebem classificações como nos casos de PSE, DFD e RFN.
 
A carne classificada como PSE gera um impacto negativo frente aos olhos do consumidor, pois, trata-se de uma carne pálida, flácida devido a grande perda de água, isto é, perda de seu valor comercial. Esta classificação sofre grande influência principalmente nas condições de manejo em que os animais são submetidos. Os procedimentos desde o carregamento, transporte e condições pré-abate, irão determinar esse aspecto (evitar grande estresse por parte dos animais).
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
BROOM, D.M & JOHNSON, K. G. Stress and Animal Welfare. :.1. ed Local: Ballière Tindall Reino Unido, 1993. 212 p
 
ROPPA, L. Carne suína: mitos e verdades. Disponível em: <http://www.porkworld.com.br>. Acesso em 30.04.2002.
 
VAN OECKEL, M. J.; WARNANTS, N.; BOUCQUÉ, C, V.; DELPUTTE, P.; DEPUYDT, J. The preference of the consumer for pork from homozygous or heterozygous halothane negative animais. Meat Science, Kidlington, v. 58, p. 247-251, 2001.
 
WARRISS, P.D. Meat science: and introductory text. Oxon: CABI Publishing, 2000. 312p
 
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