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Embrapa Meio-Norte
22/08/2012
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Acabou a polêmica! Pé-Duro e Curraleiro são a mesma raça de gado bovino. A dúvida dos criadores brasileiros agora acabou de vez. Um trabalho de genotipagem e análise feito nos Estados Unidos pelo pesquisador-doutor Geraldo Magela Carvalho, da Embrapa Meio-Norte, pôs fim à celeuma que dominava as discussões entre criadores. A sede da Associação Brasileira de Criadores de Gado Curraleiro Pé-Duro será em Teresina.
O resultado das análises, que saiu após um ano e meio de intenso trabalho, já está no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para que seja homologado o registro genealógico da raça Curraleiro Pé-Duro. As análises foram feitas em parceria com o pesquisador Harvey D. Blackburn, do Serviço de Pesquisa Americano, órgão do Departamento de Agricultura, no estado do Colorado.
O trabalho de genotipagem
Para chegar à conclusão de que Curraleiro e Pé-Duro são a mesma raça, Geraldo Magela Cortês, que fazia pós-doutorado, executou um projeto financiado pelo Laboratório Virtual da Embrapa no Exterior, o Labex-USA. Nele, o pesquisador usou onze programas de computador e material genético de 142 bovinos das raças Curraleiro, Pé-Duro, Caracu, Nelore e Gir. O material foi genotipado por 34 microssatélites, que são marcadores genéticos.
Segundo o pesquisador, a diferenciação racial encontrada entre as populações foi de baixa a moderada. “Identificamos uma diferenciação muito baixa entre Curraleiro e Pé-Duro e mais distante entre Nelore e Caracu”, relata. Ele conclui que a grande similaridade do Curraleiro com o Pé-Duro indica que esses bovinos se distanciaram do tronco ancestral há pouco tempo.
O estudo aponta na direção lógica: Pé-Duro e Curraleiro são parte de um antigo rebanho que cobria quase todo o território brasileiro. Polêmicas à parte, os historiadores divergem apenas no ano da chegada do gado bovino no Brasil. Uns dizem que os primeiros animais aportaram em solo brasilleiro 1535, nas capitanias de Pernambuco e Bahia, vindos de Cabo Verde, por ordem do então governador geral Tomé de Souza.
Outros apostam que eles chegaram ao País em 1534, pelas mãos de Martim Afonso de Sousa, navegador português que era donatário da capitania de São Vicente, hoje município paulista situado na Baixada Santista a 70 quilômetros da capital. Hoje, o rebanho de Curraleiro Pé-Duro no Brasil, raça ameaçada de extinção, é estimado em cerca de 3 mil cabeças espalhadas pelos estados do Piauí, Maranhão, Ceará, Paraíba, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais e Bahia.
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