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Agronegócio  
Feijões especiais de preferência internacional, estamos prontos para exportar?
De uma maneira geral, os países mais desenvolvidos requerem melhor qualidade de grãos e, normalmente, essa qualidade é expressa com maior tamanho de grãos
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Michael Thung, consultor técnico da Embrapa Arroz e Feijão
10/03/2016
 
Os feijões tipo exportação ou feijões especiais são todos os tipos de grãos graúdos que não se produz em grande escala no Brasil, mas que em o maior número de produtores e, também, o maior em consumo de grãos pequenos como carioca, preto e rajado. Porém, do ponto de vista da exportação, esses tipos de grãos pequenos não têm demandas no mercado internacional.
 
 
A combinação das características de feijões especiais, comercializados internacionalmente, são definidos pelas:
 
Forma de negócio - Em grandes quantidades são as variedades: Pinto, Great Northern, Dark Red Kidney (DRK) para enlatamento e Light Red Kidney vendido como grão seco; em menor escala: Cranberry e Sugar Beans.
 
Comercialização - Em embalagem de 500 g (Dry Pack), enlatado e em grãos secos. Tendo maior preferência por enlatados, seguido por grãos secos disponibilizados em supermercados.
 
Preferência do consumidor - Em países desenvolvidos, a maior preferência é pelos feijões semiprontos e enlatados.
 
Demanda - Pelos grãos de tamanho médio, como os tipos Sugar, Cranberry e branco (grande). A maior demanda pelos feijões brancos de tamanho médio e pequeno são os países árabes, com populações de alto poder aquisitivo.
 
Peculiaridades - Myanmar produz DRK, exclusivamente para a Índia. Portugal é grande importador e atua principalmente como intermediário, tendo uma rede estabelecida de revenda no Mediterrâneo. O tipo especial e caro é o Flageolett que é comercializado na França, Alemanha, Espanha e Países Baixos.
 
As instituições de pesquisa de feijão tipo exportação - São localizadas, em sua maioria, nos Estados Unidos e são as mais antigas em melhoramento: Univ. Fed. de Nova York, em Michigan, de UC Davis, Idaho.
 
No Brasil, o melhoramento do feijão é realizado, quase que exclusivamente, pelo setor público. A Embrapa, por exemplo, tem cultivares para exportar como os tipos: Sugar Bean, BRS Executivo e BRS Radiante; Cranberry, DRK, BRS Embaixador. Com essas cultivares disponíveis o país pode se tornar um importante exportador de feijões.
 
 
 
De uma maneira geral, os países mais desenvolvidos requerem melhor qualidade de grãos e, normalmente, essa qualidade é expressa com maior tamanho de grãos. No cenário mundial o que se observa é que existe grande potencial de demanda para o feijão de classe comercial internacional.
 
Dentre o potencial produtivo no país, os resultados das avaliações realizadas no Cerrado brasileiro, para adaptação de feijões tipo exportação, confirmam que o país está pronto para exportar. As variedades comerciais disponíveis reúnem as espécies de feijão branco (grande, médio e pequeno), Dark Red Kidney, Cranberry e Sugar Bean.
 
Com a ampliação das exportações de feijões será possível diversificar as cultivares de feijões e iniciar o hábito de consumo de outros tipos de grãos, ampliando a rotação de culturas e a sustentabilidade produtiva com mais uma opção de rotação, agregando valor ao produto, além de estabilizar o preço do mercado interno pela possibilidade de exportação de excedentes.
 
Uma importante estratégia que pode ser criada pelos produtores de feijões é criar novidade no mercado interno, cujo nicho ainda é pequeno, mas que, por outro lado, não tem concorrência.
 
Diante da pergunta levantada nesta análise, podemos afirmar que o Brasil está pronto para exportar, necessitando apenas que alguns produtores mais tecnificados produzam significativa quantidade e com frequência, para atender às exigências dos países importadores.
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