A relação do homem com as abelhas é bastante antiga. Esses insetos e seus produtos foram, e ainda são, utilizados com fins alimentares, econômicos, culturais e religiosos, além de se constituírem nos principais agentes polinizadores das flores, aumentando a produção de frutos e sementes e a manutenção de comunidades animais associadas a essa flora.
Esses pequenos insetos se constituem em um grupo bastante diverso, e que apresentam os mais variados níveis de organização social, onde se destacam as produtoras de mel pertencentes ao gênero Apis, também conhecidas no Brasil por “abelhas africanizadas”, “abelhas europa” ou “abelhas européias”. Essas abelhas são criadas com a finalidade de obtenção de produtos como mel, pólen, própolis, cera e apitoxina, além de serviços de polinização dirigida, lazer ou atividade com fins educacionais.
No Brasil, a criação racional das Apis – conhecida como Apicultura – é uma atividade caracterizada pelo elevado potencial produtivo e pela obtenção de produtos diferenciados em relação aos obtidos em outras regiões. Esse potencial é reflexo da riqueza natural da flora do país, que permite a produção durante todo o ano.
O mel produzido por essas abelhas tem sido o principal produto da pauta de exportação apícola brasileira. Dados oficiais da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) para o ano de 2008 colocam o Brasil como o 11º produtor no ranking mundial com aproximadamente 35.000 toneladas. A atual taxa de crescimento na produção, que triplicou nos últimos anos de acordo com a Confederação Brasileira de Apicultura (CBA), demonstra o grande potencial produtivo e de geração de renda. Estima-se que a cadeia produtiva apícola envolva mais de 350 mil produtores e 16 mil empregos diretos no setor industrial. Outro recente diferencial de nosso produto é a obtenção de certificações orgânica e ecosocial, principalmente por associações de pequenos produtores da região Nordeste, que assim agregaram valor ao mel comercializado no mercado internacional.
Apesar deste grande potencial brasileiro, ainda é observada uma grande variabilidade na produtividade das diversas regiões, devido tanto às características ambientais dos locais onde a atividade é desenvolvida, quanto às técnicas de manejo dispensadas pelos apicultores à sua criação. Visando minimizar essas discrepâncias regionais, diversas frentes de pesquisa tem sido abertas na busca do desenvolvimento e adaptação de técnicas de manejo para as mais diferentes realidades do país.
A partir desta primeira coluna assinada no Portal Dia de Campo, o corpo de pesquisadores da Embrapa Meio-Norte trará informações técnico-científicas sobre a criação racional e produtos dessas abelhas, e apresentará aos leitores um grupo de abelhas até então pouco divulgado mas igualmente importante, os meliponineos. Não percam!
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