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As pragas iniciais da lavoura de soja podem causar danos no início de desenvolvimento da cultura que atrapalham a produtividade e o crescimento da planta. Existem dois tipos de pragas iniciais, as de solo e as de superfície. As primeiras vivem dentro da terra e se alimentam das raízes, atrapalhando a absorção de nutrientes da soja ou até provocando a morte da planta. Já as caminham sobre o solo, se alimentam das folhas provocando desfolha e cortes da parte vegetal recém-emergida. O grande problema é que elas devem ser combatidas, prioritariamente, antes do plantio. No caso das pragas de solo, o controle pós-plantio é ineficiente e inútil. Os produtores que ainda não plantaram a soja devem tomar medidas de urgência, principalmente aqueles que têm histórico de infestação na área. Para os que já fizeram o plantio, só é possível combater as pragas superficiais com aplicações de inseticida, caso a infestação seja grande.
Os agricultores que ainda tiverem tempo de controle devem fazer valetas e buracos em algumas áreas da propriedade para verificar se há presença de corós ou percevejo castanho, principais pragas de solo. No caso de ocorrência dos insetos ou histórico de infestação, o produtor deve reforçar a adubação da área, fazer o tratamento de sementes com inseticidas ou aplicar inseticidas no suco de plantio com equipamento específico acoplado junto à plantadeira.
— Outra medida que o produtor que ainda não fez o plantio pode tomar é plantar as áreas infestadas primeiro porque ao plantar a soja precoce com crescimento mais rápido, ele vai fazer quebrar a sincronia com o ciclo da praga. A planta vai ter a capacidade de crescer mais rapidamente quando a praga ainda está pequena e vai causar danos menores. Se ele demorar muito para plantar nas áreas infestadas as pragas, principalmente o coró, crescem no campo e causam mais problemas. Outra coisa que auxilia é a parte de nutrição de solos porque como estas pragas atacam as raízes elas prejudicam a absorção de nutrientes das plantas. Então, uma adubação bem feita, equilibrada, e toda a parte que auxilia o enraizamento da planta faz com que a soja fique mais tolerantes a estas pragas — explica o pesquisador Adeney Bueno, da Embrapa Soja.
Já para o controle das pragas de superfície como lesmas, caracóis, piolhos de cobra e vaquinhas é possível fazer o controle mesmo após o plantio, através do uso de inseticidas. O pesquisador ensina que basta caminhar pela lavoura para saber se a área está infestada porque como a planta ainda está pequena é fácil fazer a observação visual. Ele diz que no fim do dia ou períodos de menos sol o produtor consegue visualizar melhor as pragas caminhando e os sintomas provocados por elas como cortes nas plantas e desfolha. Bueno também chama atenção para o excesso no uso de inseticidas, que só devem ser aplicados caso a quantidade de insetos seja realmente comprometedora porque nem todo ataque causa graves problemas. Se incidência for baixa, a planta consegue se recuperar. Por isso, é preciso a opinião de um especialista como técnico agrícola, extensionista ou engenheiro agrônomo.
— O período inicial da lavoura é bastante curto. É importante se preocupar com estas pragas antes do plantio. Infelizmente, a maioria dos produtores acaba se preocupando com as praga inicias da lavoura já com a lavoura implantada. Se ele se preocupar com isso antes, escolhendo as áreas que vai plantar, que tipo de adubação vai fazer, se vai ou não utilizar inseticidas nas sementes ajudaria muito a manejar as pragas inicias de maneira efetiva. Por exemplo, se a área estiver muito infestada com lagartas e o produtor fizer uma dessecação antecipada, o solo em pousio vai fazer com as pragas de superfície morram por falta de alimento ou migrem para outras áreas. Quando o produtor só se preocupa com isso em cima da hora acaba tendo que utilizar inseticidas e o uso de forma exagerada pode ser prejudicial para os insetos benéficos — alerta Bueno.
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