
Com 40 anos de existência, Embrapa dedica-se ao desenvolvimento científico e tecnológico para atender uma pluralidade de clientes em todas as regiões do País. A Empresa atua “com” e “para” grupos distintos de público, caracterizados por viverem em contextos com diferentes características socioeconômicas, ambientais e culturais e com diferentes interesses e planos.
A agricultura familiar tem recebido especial atenção nos últimos anos por parte dos grupos de pesquisa da Empresa, uma vez que apresenta grande capacidade produtiva e contribui efetivamente para o abastecimento do País. Parte desse segmento, porém, encontra-se em situação de risco, abaixo da linha da pobreza.
O apoio da Embrapa aos agricultores familiares é feito por meio da integração pesquisa, validação de tecnologias e capacitação, buscando gerar e consolidar alternativas sustentáveis que promovam melhor qualidade de vida.
No Amazonas, a partir de 1990, a Embrapa Amazônia Ocidental iniciou uma série de projetos atuando diretamente com agricultores familiares, fora dos campos experimentais, partindo do conhecimento da realidade local. Foi realizado o diagnóstico da situação da agricultura em cinco municípios da Mesorregião Centro Amazonense, e, de 1993 a 1998, foi executado o Projeto “Pesquisa participativa para melhoria do desempenho da agricultura migratória e baixa renda para Amazônia Ocidental”.
O entendimento de que o conhecimento e as percepções dos agricultores são importantes estratégias para projetos de pesquisa e desenvolvimento tornou-se a base de vários outros projetos. Esses trabalhos evidenciam a importância da identificação dos aspectos socioeconômicos, político-institucionais e ambientais, bem como as demandas externas, os problemas e os potenciais das comunidades rurais.
Pesquisadores têm realizado, em estreita parceria com as famílias, a gestão das propriedades, identificando as irregularidades ambientais e definindo mudanças do uso da terra. O foco é implementar um conjunto de ações integradas voltadas para o manejo adequado das áreas de produção agrícola e florestal e para a preservação ambiental.
Os projetos têm viabilizado mudanças e contribuído para a geração de renda e empoderamento das comunidades, assim como o desmatamento evitado e o melhor desempenho econômico das propriedades agrícolas. Além disso, têm servido para aperfeiçoar os procedimentos metodológicos do processo de produção do conhecimento e da pesquisa participativa e de adaptações das tecnologias às diferentes situações locais. Os avanços são representados também pela geração de oportunidades de trabalho e fixação das famílias no campo, bem como a implementação de tecnologias sociais sustentáveis, contribuindo efetivamente para mudanças no meio rural.
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