
A qualidade de vida de uma cidade passa pelo desenvolvimento econômico equitativo, onde a agricultura é vital. Não é possível continuar investindo numa economia focada no lucro rápido e na tecnologia consumista. Os efeitos da adoção deste modelo de desenvolvimento são ônus, que, quem paga é a própria sociedade e diretamente a natureza. O pagamento recai normalmente sobre as pessoas mais humildes, os idosos, as crianças, as plantas e os animais. Em todas as médias e grandes cidades há problemas crônicos com serviços públicos como saúde, educação, transporte, segurança, abastecimento entre tantos. Nestas mesmas cidades, graves são problemas ambientais relacionados com qualidade e abastecimento de água, degradação e erosão do solo, poluição e falta de qualidade de vida principalmente na periferia e núcleos de submoradia. No mundo todo há exemplos concretos dos benefícios de um esforço público para permanência e desenvolvimento das atividades agrícolas locais.
Modernamente o modelo de uma “nova agricultura” foca a reconstrução de áreas que perderam a produtividade quando se tornaram urbanas ou quando os níveis de degradação não permitiram viabilizar uma produção agrícola econômica. Esse novo modelo de uso das terras permite um melhor entendimento da importante prática de cobrir e proteger o solo sempre intensificando a infiltração de águas para abastecer os aquíferos e mananciais de superfície e simultaneamente evitando o assoreamento dos reservatórios. Essa “nova agricultura” permite o sequestro de carbono que a cidade tanto emite com o aumento de veículos circulando e seus enormes engarrafamentos. Este modelo de desenvolvimento vai preservar a beleza cênica e dotar a cidade de um exclusivo circuito de paisagens fruto da natureza e da ocupação pelo seu povo e ainda vai fornecer alimentos saudáveis para ancorar uma necessária política municipal de segurança alimentar.
Hoje a cidade não pode se dar o luxo de abrir mão das áreas agrícolas e de seus fragmentos florestais para uma expansão urbana desordenada que atende somente interesses de uma economia de lucro rápido e sacrifício da qualidade de vida. É fundamental a mobilização política para valorização de uma agricultura regional voltada para um investimento contínuo no desenvolvimento em escala humana. É necessária uma estratégia para viabilizar ações práticas de tornar “nosso futuro comum” mais claro e objetivo. Não é possível e correto que os povos de hoje continuem sacrificando estupidamente o ambiente saudável em que vivemos por um futuro poluído e degradado. Todo mundo já sabe que é perfeitamente possível numa política solidária ao cidadão saudável e a cidade mais humana pena que alguns não admitem e não querem este tipo de desenvolvimento.
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