
No cenário pós-moderno – globalizado –, quem investe numa organização está, sem sombra de dúvidas, adquirindo capital intelectual e não, somente, capital físico. O interesse organizacional concentra seu foco, nesse novo enfoque comercial, na gestão de um conjunto de talentos, habilidades, capacidades e ideias: ou seja – Capital Intelectual.
Em três fontes, a rigor, concentra-se e pode ser encontrado o Capital Intelectual: (i) pessoas; (ii) estruturas; e (ii) clientes. Temos assim, concomitantemente, o Capital Humano, o Capital estrutural e o Capital do Cliente. Distinguir as nuances encontradas no Capital Humano e Capital Estrutural é função de suma importância pra a gestão do conhecimento.
A renovação e o desenvolvimento têm como fonte o Capital Humano. Abrigar indivíduos inteligentes, tanto na empresa urbana quanto na rural, não garante o status de organização inteligente. Uma instituição comercial para ter sucesso no mercado globalizado e aproveitar todo o manancial de diversidade social e as grandes diferenças individuais – competências –, precisa, a todo o momento, moldar, padronizar e transformar o seu manancial de informações técnicas em conhecimento.
Seguindo esta lógica, as organizações pós-modernas precisam socializar, contextualizar e tornar pertinente seu portfólio de conhecimentos – competências organizacionais essências – que representam as práticas inovadoras própria da organização e que não oferecem nenhuma chance de serem copiadas por seus principais concorrentes. Entretanto, para que isso aconteça, elas precisarão consolidar ativos intelectuais estruturados, tais como: (i) sistema de informação; (ii) laboratórios; (iii) inteligência competitiva e de mercado; (iv) conhecimento dos canais de mercado; e (v) foco gerencial que transforme o Know-how individual (competências) em propriedade de um grupo. Assim sendo, o Capital Intelectual, numa olhar operacional, é a capacidade que uma organizacional desenvolve de suprir as exigências de mercado.
Se uma organização quiser maximizar suas atividades em uma praça distante de sua matriz precisará identificar técnicas e tecnologias que possam se transportadas para qualquer outro lugar. Ela precisará de um “protótipo”, ou seja, um conjunto de aplicativos, manuais e outras formas de conhecimento estruturado que possa ser facilmente adaptado de modo a levar em consideração as leis locais e trabalhar com diversas linhas de produtos ou serviços.
O Capital Intelectual se transforma em dinheiro nos relacionamentos com os clientes. A marca também é uma forma de Capital do Cliente. A mesma dever ser avaliada de forma estruturada e obedecer a uma metodologia específica.
Existe a necessidade de se calcular quanto os clientes mais importantes estão dispostos a pagar por um produto de marca ao se contrapor a um genérico. O conhecimento compartilhado é a forma máxima do Capital do Cliente.
O estímulo ao desenvolvimento e a renovação exigem uma nova teoria da criação do conhecimento organizacional, onde haja uma ponte que transforme conhecimento tácito em explícito, gerando assim um conjunto de competências essenciais inimitáveis e de grande relevância na perpetuação da organização.
Como herança do pós-guerra, dois conceitos ligados ao desenvolvimento econômico surgiram: (i) O capital humano do País, identificado na necessidade de prover a educação do povo; e (II) os investimentos em ciência, que para Maurício Antônio Lopes – presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) – “são as variáveis que mais capacidade têm para explicar a riqueza das nações, e é menos relevante o papel dos recursos naturais”. Assim, segundo o pensar de Lopes (2013), “a construção da riqueza de um país fundamenta-se nas prioridades que são dadas pela sociedade para o investimento no povo, na ciência e na tecnologia”.
Portanto, desenvolver os indivíduos e as organizações significa desenvolver o capital intelectual individual, mais precisamente o conhecimento tácito, transformando-o em explicito – competências individuais essenciais á renovação e ao desenvolvimento inovador e sustentável; além da possibilidade de edificação de um portfólio de competências essenciais – que possa garantir o desenvolvimento da organização em seus aspectos técnicos, econômicos e sociais – agregando valor ao crescimento sustentável da população e do país.
Referências bibliográficas
LOPES, M. A. Uma indústria chamada agricultura. Portal Dia de Campo. Disponível aqui
Acessado em 14/10/2013.
NONAKA, I. ; TAKEUCHI, H. Criação de conhecimento na empresa. 5. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
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