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Um grupo de instituições lançaram nesta quinta, 12 de setembro, na sede do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura – IICA, em Brasília, um documento denominado “Um Novo Olhar Sobre a Agricultura Brasileira”. A proposta é trocar informações buscando aprofundar a compreensão e aprimoramento sobre a agricultura brasileira, considerando os desafios que serão impostos nos próximos anos. FGV-Agro, Fundação Dom Cabral, Fórum do Futuro, Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura – IICA e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vão utilizar subsídios de eventos, debates e seminários que estão promovendo para aprofundar a compreensão da efetiva dimensão da Agricultura na realidade social e econômica do Brasil.
O eixo central do movimento dos dirigentes é a agricultura sustentável, que oferece ao Brasil uma oportunidade histórica: garantir uma contribuição para a taxa de crescimento do PIB em cerca de 2% anuais pelas próximas décadas. Isto além de forte inclusão social, através da ampliação da renda e da base de empregos diretos, que hoje já atinge perto de 30 milhões de brasileiros. Este desenvolvimento econômico pré-contratado é consequência do aumento da demanda mundial de alimentos, pautada pelo crescimento populacional (de 7 para 9 bilhões de pessoas em menos de quarenta anos), da renda e da longevidade.
O quadro da demanda, associado às restrições existentes na área da oferta e às vantagens comparativas características do Brasil, na prática significam que o país está sendo convocado a produzir mais 100 milhões de toneladas de alimentos, nos próximos vinte anos. Mas, para tanto, terá que superar uma agenda doméstica de obstáculos que passa por um salto em pesquisa e tecnologia tão relevante quanto o que promoveu a implantação da agricultura tropical, nos anos 70, quando o país começou a sair da condição de importador de alimentos para alcançar a atual posição de player central da oferta planetária do setor.
Para reafirmar o propósito de aprofundar o conhecimento do peso social e econômico da agricultura na realidade brasileira e acentuar a janela de oportunidades que produção de alimentos representa para o país, um grupo de instituições assina, hoje, um documento, que lança um movimento denominado “Um Novo Olhar Sobre a Agricultura Brasileira”. A ideia é criar um canal de Comunicação entre o Campo e a Cidade, por onde possam fluir os mais legítimos anseios urbanos e, ao mesmo tempo, a compreensão das demandas da Agricultura, com destaque para a pesquisa, a inovação e a tecnologia.
Por exemplo, ainda estão sendo construídas ferramentas técnicas para medir a exata contribuição do setor para o PIB, hoje calculada em perto de 5% dentro dos limites da porteira da fazenda. Não obstante, estima-se que essa participação situe-se entre 25% e 30% quando a conta é feita considerando o conjunto da cadeia produtiva.
Os estudos em curso vão além dos modelos convencionais vigentes, que têm dificuldade de captar as transversalidades que ocorrem entre os setores primário, secundário e terciário da economia. Para os dirigentes das instituições, é indispensável que este seja também um debate urbano, que envolva especialmente os jovens e as universidades onde estão abrigadas as áreas de tecnologia que podem oferecer uma colaboração decisiva para que o país consiga aproveitar essa oportunidade histórica sem comprometer o seu patrimônio ambiental, garantindo ao mesmo tempo a necessária inclusão social no processo.
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Fernando Cardoso
13/09/2013 22:03:44
Dou um doce para quem conseguir 100 milhões de t adicionais de grãos sem desmatar cerrado ou floresta para aumentar a área plantada. Fora disso é só conversa fiada.
Geovano Parcianello
15/09/2013 10:54:31
Prezado Fernando, Fazendo-se uma agricultura verticalizada, ou seja, utilizando melhor os recursos químicos, irrigação e com pesquisa, podemos sim dobrar a produção por área sem derrubar um pé de árvore. Basta as pessoas olharem para a agricultura como uma oportunidade de crescimento para o Brasil e não como pilar da sustentação de planos econômicos e sociais. Veja a produtividade do Arroz irrigado do Rio Grande do Sul (chegando até mais de 10milkg/ha) em comparação as áreas de sequeiro (3milkg/ha). E cade o apoio do Governo para a classe, só se preocupa em alimento barato.
Fernando Cardoso
16/09/2013 23:08:51
Estamos tratando de 100 milhões de t. adicionais de grãos que,ás produtividades atuais, irão requerer 30 milhões de ha. Não vai ser fácil sem incorporar novas áreas a serem abertas, sendo que, no caso de cerrado a vegetação não é arbórea. O caso do arroz é de exceção, pois a média atual de grãos á ao redor de 3,3 t/ha. Vamos ser realistas e não sonhadores quando o mundo tiver 9 bilhões de seres humanos a serem alimentados. Essa demanda não será atendida por pensamentos desiderativos.
Geovano Parcianello
17/09/2013 23:02:59
Do pouco que conheço este imenso Brasil, já passei por enormes áreas sub aproveitadas, que possuem um grande potencial. Por exemplo, no meu estado, até nas áreas de arroz de grande produtividade elas passam por períodos de pousio sem cultivo algum, indicando que quando o mercado estiver disposto a pagar o preço justo da produção elas poderão ser cultivadas.
Fernando Cardoso-USP-ESALQ 1936
18/09/2013 09:53:18
Quando viajava pelo RS visitando clientes e amigos da Manah, constatei que há limitações climáticas nas várzeas com arroz irrigado no verão. Devido a se encharcarem, essas áreas tornam-se pastagens de inverno com capins nativos ou semeados com azevem, pois trigo não tolera muita umidade. Sugiro que visite seus conterrâneos plantadores de soja por esse Brasil a fora. São fantásticos e o país deve muito a eles.
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