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Marcelo Pimentel
15/09/2014
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Gêneros de nematoides como Pratylenchus brachyurus, Meloidogyne spp., Heterodera, Rotylenchulus reniformis têm causado preocupação especial em Mato Grosso. De acordo com a pesquisadora da unidade Valéria Oliveira Faleiro, da Embrapa Agrossilvipastoril, especialista na área de Nematologia, trata-se de um problema que já vem de algum tempo, mas levantamentos realizados pela Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso) e Aprosmat (Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso), revelaram que a partir de 2010 houve um agravamento do nível de dano causado pelos parasitas, preocupando técnicos e produtores.
Confundir com deficiências de ordem nutricional, desconhecer ou subestimar o problema e até mesmo ter medo da depreciação do valor de sua terra no mercado. São esses alguns dos fatores que mais limitam a eficiência no controle dos nematoides. Na média, os danos causados às culturas de soja, milho e algodão ficam entre 10 e 30%. Em alguns casos, porém, essas falhas de manejo podem comprometer inteiramente uma lavoura (ouça a íntegra da entrevista para entender a situação e saber todos os detalhes da reportagem).
Danos causados pelo nematoide do gênero Meloidogyne, formador de galhas
A luz de alerta acendeu quando técnicos e produtores perceberam que mesmo aplicando as formas tradicionais de controle, as perdas acarretadas pelos nematoides continuavam acontecendo. Uma das primeiras medidas práticas foi chamar a atenção para o problema através da difusão de informações para os produtores, que terão mais subsídios para manejar os nematoides de um modo mais eficiente.
Nesse contexto, até nematoides que eram menos preocupantes, cresceram em incidência e nível de dano, como é o caso do nematoide das lesões, causado pelo gênero Pratylenchus brachyurus, que já passou a ser considerado um dos mais importantes para soja, milho e algodão.
Efeito sobre o desenvolvimento das plantas, à direita soja atacada pelo Rotylenchulus reniformis, nematóide reniforme
O manejo da área utilizando várias formas de controle é o método mais indicado para a convivência com os nematoides, mas para cada gênero há cuidados específicos. Alguns requerem controle químico, outros só com o uso de materiais resistentes. Os tipos de controle também variam de acordo com a cultura. Todavia, de um modo geral, o Manejo Integrado de Pragas é a melhor alternativa para o controle.
Sintomas causados pelo Pratylenchus sp, responsável pelo nematóide das lesões radiculares
“O produtor precisa saber o que tem na área dele. Precisa fazer análise de solo para identificar quais os nematoides presentes e, a partir daí, tomar as medidas necessárias para o controle. No caso do nematoide de galha, por exemplo, a identificação é importantíssima. Pois uma mesma espécie de nematoide pode ter raças diferentes e, sem saber, quais são as que estão em seu solo, o produtor não terá como adquirir sementes de materiais resistentes àquele nematoide específico”, explica a pesquisadora.
O e-mail da Embrapa Agrossilvipastoril para mais informações: sac.cpamt@embrapa.br.
Reportagem exclusiva originalmente publicada em 18/10/2012
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