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As leguminosas são ótimos adubos verdes. Em geral, ajudam a fixar melhor o nitrogênio no solo, favorecendo o crescimento das plantas, incorporam nutrientes e protegem o solo, diminuindo a erosão. A tese de dissertação defendida dia 8 de julho por Rômulo Fredson Duarte, mestre em ciências agrárias pela Universidade Federal de Minas Gerais, estudou oito espécies de leguminosa na região de Montes Claros, ao norte de Minas Gerais. A crotalária e a mucuna cinza foram as que apresentaram melhor potencial para adubo verde no solo da região. A crotalária teve maior crescimento em altura e propiciou uma boa fixação nitrológica de nitrogênio, além de maior disponibilidade de nutrientes ao solo, principalmente fósforo, cálcio e magnésio. Já a mucuna cinza foi a que apresentou melhor capacidade de cobertura do solo, se revelando uma espécie promissora para os agricultores familiares da área.
— A adubação verde é muito utilizada no Brasil e consiste no plantio de plantas de cobertura do solo. Estas plantas podem ser manejadas de forma incorporada ao solo ou deixadas na superfície, podem ser plantadas em pré-plantio, em consórcio ou em pós-plantio, de culturas anuais ou perenes. Como vantagens, podemos destacar as características químicas, como a reciclagem de nutrientes nas camadas profundas do solo, e as características físicas, como a proteção do solo, que permite ao solo ser mais protegido evitando a erosão e os atributos biológicos aumentando a fixação biológica de nitrogênio que pode disponibilizada a cultivos subsequentes. A princípio, a gente sugere que este trabalho seja estendido porque foi um período curto. A gente sugere que estas mesmas espécies de leguminosas sejam plantadas na área durante um período de, pelo menos, dois ciclos de cultivo para a gente ter resultados mais interessantes — explica Duarte.
As leguminosas são muito usadas como adubo verde porque se decompõem rapidamente, mais do que as gramíneas. Como no sistema de rotação de cultura, o produtor precisa liberar a sua área de cultivo de forma rápida. Para plantar uma outra cultura, nada melhor do que utilizar plantas que se decomponham mais rapidamente, diz o pesquisador. As espécies testadas no Norte de Minas Gerais foram a crotalária, o feijão-guandu, macuna preta, macuna cinza, macuna anã, feijão lab lab, feijão de porco, o feijão caupi e uma mistura de todas estas espécies que foi chamada de coquetel.
O estudo, para a dissertação de mestrado, foi realizado entre os meses de abril e dezembro de 2009, período da entressafra da maioria dos produtores da região. Além da melhoria da qualidade do solo para melhorar o desenvolvimento e produtividade das plantas, a economia foi um fator que se destacou. Em diversos casos, o uso de fertilizantes é desnecessário, diminuindo muito os gastos com insumos agrícolas. Principalmente para os agricultores familiares, este é um dado relevante da pesquisa. Segundo Duarte, o único gasto que eles teriam com o uso de leguminosas para a adubação verde seria a compra das sementes.
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