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Kamila Pitombeira
25/02/2014
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Para alcançar altas produtividades na produção intensiva de leite a pasto, existem algumas práticas de manejo que devem ser tomadas. Entre aspectos como adubação correta do pasto e utilização de pastejo rotacionado, o produtor rural deve atentar para a ambiência dos animais, ou seja, aspectos voltados para a qualidade de vida que incluem a disponibilidade de sombra, água e sal mineral. Segundo Marco Aurélio Bergamaschi, médico veterinário e supervisor de manejo animal da Embrapa Pecuária Sudeste, a atual condição climática do país é extremamente favorável para a produção de volumoso de alta qualidade a baixo custo, já que há disponibilidade de água, luz e temperaturas adequadas. Por isso, o produtor deve fazer sempre um manejo adequado, respeitando o ciclo de cada planta e realizando análises de solo antes da adubação.
— Hoje, dentro do custo de produção, o componente “terra” é importante em relação à rentabilidade de toda a atividade. Então, quando conseguimos fazer uma produção maior, considerando uma mesma área, teremos grandes vantagens. Primeiro, pelo aspecto do custo “terra”. Segundo, por trabalhar com o mesmo volume ou superior ao que já vinha sido trabalhado utilizando um espaço menor. Com isso, é possível disponibilizar essa área para outras culturas — afirma o médico veterinário.
De acordo com ele, ainda existe, no Brasil, um sério problema: a falta de alimento para os animais. Então, nas propriedades onde não existe especialização, gestão ou controle, a produtividade pode dobrar em relação ao que se produz durante o inverno.
— Todo processo de adubação deve passar por um rígido controle e gerenciamento. O primeiro passo fundamental é que, durante o inverno, sejam colhidas amostras de solo e mandadas para análise. Após esse processo, é feita a interpretação e a recomendação dos nutrientes necessários. Ainda durante o inverno, é importante que seja feita a aplicação do calcário e, depois do início das chuvas, a suplementação com outros nutrientes — orienta.
Já em relação ao pastejo rotacionado, Bergamaschi diz que o primeiro passo que o produtor precisa tomar é fazer a divisão da área em piquetes, de acordo com cada variedade de pastagem. Após essa divisão, os animais irão pastar em períodos regulares, um piquete após o outro. O número de piquetes depende da variedade implantada.
— Para que os animais permaneçam em condições adequadas e respondam ao manejo, eles precisam ter a chamada ambiência, ou seja, qualidade de vida dentro da propriedade. Uma delas é a sombra, pois é durante o dia que ocorre o processo de ruminação. A mesma questão ocorre com a água. Esses animais, quando produzem entre 40 e 50 litros por dia, necessitam de grande quantidade de água, podendo chegar a 150 litros por dia. Normalmente em sistemas rotacionados, cada área de descanso deve ser composta por áreas de sombra, água e sal mineral — conta.
Além disso, o médico veterinário diz que é necessário realizar um controle leiteiro e, a partir desse controle, fazer o balanceamento da dieta, fornecendo os concentrados necessários para que a dieta seja balanceada. Entre esses concentrados, ele cita o milho, a soja, o caroço e o farelo de algodão, por exemplo. Segundo ele, a alimentação pode representar até 70% dos custos de produção.
Para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Pecuária Sudeste através do número (16) 3411-5600.
Reportagem exclusiva originalmente publicada em 16/11/2011
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