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A opção dos produtores por variedades de maior precocidade que facilitassem o controle da ferrugem foi um dos fatores que levaram à pesquisa para o desenvolvimento de duas novas cultivares de soja. Durante o Show Rural Coopavel, realizado entre 7 e 11 de fevereiro em Cascavel (PR), a Embrapa Soja apresenta a BRS 316 RR e a BRS 317, indicadas para regiões dos Estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e sul do Mato Grosso do Sul.
A BRS 316 RR é geneticamente modificada e tem como característica a tolerância a herbicidas à base de glifosato. Definida por Milton Kaster, pesquisador da Embrapa, como uma cultivar precoce, com maturação média de 120 dias, a 316 é resistente às principais doenças recorrentes na sojicultura, como o cancro da haste, à mancha olho-de-rã, ao mosaico comum, à pústula bacteriana e, em especial, à podridão parda da haste e à podridão radicular de fitóftora, essas últimas comuns no centro-sul brasileiro. Além disso, a variedade apresenta moderada tolerância ao vírus da necrose da haste e ao nematóide Meloidogyne incógnita e, ainda, proteção contra o Meloidogyne javanica.
De acordo com Milton Kaster, o programa de melhoramento genético de soja demora de oito a 10 anos para ser concluído, testado e implementado junto aos agricultores. Fruto dos cruzamentos realizados, a BRS 317 já é uma cultivar convencional, que tem como diferencial a alta produtividade. Semiprecoce e alcançando a maturidade em 125 dias, ela também é resistente a doenças importantes que afetam as plantações e a nematóides, além de ter moderada defesa contra o oídio.
— Normalmente, em solos férteis, essas variedades produzem na faixa de 3 a 4 toneladas por hectare ao ano, um nível esperado dos tipos que vem sendo lançados nos últimos cinco anos. Temos principalmente a 316 RR com resistência a uma série de doenças e para espécies de nematóides que cada vez mais vem ocorrendo em nosso país. A sanidade dessa variedade a diferencia das demais cultivares — destaca Milton, completando que a escolha pelos materiais deve ser feita de acordo com a região em que será feito o plantio. Variedades plantadas no Rio Grande do Sul, por exemplo, irão apresentar ciclos produtivos mais extensos, enquanto que, nos Estados de Minas Gerais e Goiás, provavelmente o excesso de precocidade irá comprometer a estrutura das plantas. Isso se deve à duração do dia e à distribuição de chuvas de cada área.
Os cuidados ainda devem se estender para a época de plantio. Ambas as variedades podem ser colocadas a campo em meados de outubro, ao contrário de outras, semeadas no final do mês ou no início de novembro. O pesquisador da Embrapa Soja ainda ressalta que o produtor não deve plantar após o dia 10 de dezembro, pois a produtividade sofre queda mesmo em solos férteis. E, por último, ao trabalhar com as cultivares de resistência parcial ou moderada, o sojicultor tem que fazer um histórico das doenças em sua região para tomar a decisão de qual exemplar adotar.
A Embrapa também apresenta durante o Show Rural seis cultivares de soja convencionais: BRS 184, BRS 232, BRS 282, BRS 283, BRS 284 e BRS 317 e três transgênicas com tolerância ao herbicida glifosato: BRS 294RR, BRS 295RR e BRS 316RR.
Para outras informações, basta entrar em contato com a Embrapa Soja pelo telefone (43) 3371 6000.
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