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Alvo de inúmeras pesquisas para controlar os desafios de sanidade na lavoura, as pragas iniciais da soja ainda representam riscos importantes em todos os pólos produtores do país. Com potencial suficiente para comprometer totalmente a semeadura, a ocorrência de insetos na fase inicial precisa ser observada de perto.
O pesquisador da Embrapa Soja, Daniel Sosa Gomes, cita a ação destruidora de besouros, moscas, caramujos, lesmas e lagartas. Ele reitera a importância de considerar a seletividade dos agroquímicos desde a implantação da cultura, para garantir a integridade dos inimigos naturais e evitar outros comprometimentos ao final do ciclo.
— Tem um besourinho comum em Santa Mariana, Norte do Paraná, de nome específico, Aracantus, que deixa a borda da folha cerrilhada e provoca desfolha, comendo os folíolos da soja pela beirada, não voa muito e não costuma ocasionar danos severos, mas pode derrubar entre 15 e 20% da produtividade. Já a mosca branca, ataca mais pro final e afeta a produtividade de 30 a 50 % e, em alguns casos, de populações muito elevadas, até mais — compara.
O pesquisador ressalta a necessidade de vistorias periódicas e da assessoria especializada dos profissionais de extensão rural para identificar corretamente as pragas e garantir o manejo ideal para cada uma delas.
— Tem outra praga que os agricultores chamam de Lasmo, própria dos períodos secos em solos mais arenosos, mais soltos. É um inseto de difícil detecção. A mariposinha mede, aproximadamente, uns 20 milímetros com as asas abertas. Ela coloca os ovos na base da planta e a larva faz um furo, construindo galerias e penetrando no caule. Outra preocupação é a ocorrência de lagartas em plantas com dois ou três folíolos — explica.
De acordo com Sosa, comuns em ambientes úmidos de temperaturas amenas nas regiões Sul e Centro Oeste do Brasil, caramujos e lesmas são especialmente difíceis de controlar, devido à carência de taxonomistas que os classifiquem. É um grupo pouco conhecido para o qual não há produtos muito eficazes nem controle biológico.
— São sensíveis à desidratação e normalmente atacam com grande intensidade em ambientes com acúmulo de matéria orgânica. Causam desfolhas e agem sobre as plantas pequenas. As lesmas podem surgir antes da semeadura. Usualmente, são controlados com iscas tóxicas, eficientes apenas nas pequenas áreas em que o custo pode compensar. Mas em áreas maiores fica muito caro e inviável. A orientação é consultar um agrônomo para que ele indique o produto e o momento apropriado para a aplicação — afirma.
Reportagem exclusiva originalmente publicada em 31/10/2011
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