dia de campo

a
Esqueceu a senha?
Quero me cadastrar
     21/11/2024            
 
 
    
Manejo da Lavoura      
iLPF: corte inicial de madeira produz cercas e estacas
Em Mato Grosso, desbaste do eucalipto é fonte de matéria prima para fazenda que é referência em sistema iLPF
Comente esta notícia Envie a um amigo Aponte Erros Imprimir  
Gabriel Faria, Embrapa Agrossilvipastoril
27/12/2013

Começou neste mês de dezembro o primeiro desbaste florestal na integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF) da fazenda Gamada, em Nova Canaã do Norte. A propriedade é uma das Unidades de Referência Tecnológica acompanhadas pela Embrapa em Mato Grosso. O desbaste ocorre nas áreas com eucalipto, com configurações de linhas simples, duplas e triplas. As árvores foram plantadas há cinco anos.

Neste primeiro corte, são eliminadas do sistema as plantas mortas, defeituosas e as dominadas, ou seja, aquelas que tiveram um crescimento menor do que as demais. Com isto, busca-se aumentar a incidência de luz solar na pastagem, que serve de alimento para o gado dentro do sistema produtivo, e reduzir a competição entre as árvores, beneficiando os indivíduos com maior potencial de venda para serraria.

A madeira cortada nesta etapa será utilizada na própria fazenda. Estacas de 2,20 m de comprimento e com mais de 8 cm de diâmetro serão aproveitadas nas cercas. Já a madeira com menos de 8 cm será utilizada como lenha no secador de grãos.

De acordo com o engenheiro florestal e integrante do Grupo de Trabalho em iLPF da Embrapa Agrossilvipastoril (Sinop, MT), Diego Antonio, a intensidade deste primeiro desbaste não chega a 30% das árvores do sistema. Cada indivíduo abatido tem rendido, em média, de quatro a cinco estacas.

“Poderíamos até deixar as árvores engrossarem um pouco mais neste período de chuva, mas preferimos cortar agora porque é a época ideal para descascar o eucalipto. Como será feito o tratamento das estacas para uso nas cercas, o período de chuvas é a melhor época para descascá-las”, explica.

Antes de serem utilizadas na construção de cercas, as estacas cortadas na fazenda Gamada passarão por um tratamento de autoclave em uma usina da região como forma de aumentar a durabilidade.

De acordo com Diego Antonio, a expectativa é de que um novo desbaste seja feito em mais dois anos. Neste caso, entretanto, o critério para escolha das árvores abatidas será outro.

“Faremos o próximo desbaste não somente pelo diâmetro das árvores, mas sim pela quantidade de luz que incide na pastagem. Queremos equilibrar a entrada de luz no sistema visando à manutenção da produtividade da pastagem. Depois, o corte final será feito do 12º ao 15º ano. O produtor pode ir colhendo aos poucos, dependendo da demanda do mercado e do preço de madeira”, afirma Diego Antonio.

Avaliação econômica
Todo o procedimento de desbaste florestal está sendo monitorado, como forma de avaliar os custos operacionais, o rendimento do sistema integrado e o lucro da atividade. Este trabalho faz parte de um projeto em parceria entre Embrapa, Senar-MT e Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), que visa avaliar economicamente a iLPF em dez locais em Mato Grosso, as chamas Unidades de Referência Tecnológica e Econômica (URTEs).

A Fazenda Gamada é uma delas e todo o trabalho de corte das árvores foi acompanhado de perto pela pesquisadora do projeto, Maria Denize Euleutério. “O objetivo é mensurar tempo de abate e se os diferentes tipos de renques (linhas simples, duplas e triplas) terão tanta influencia no desempenho (produtividade) do sistema. Também pretendemos obter um rendimento médio para tomada de decisão se é viável terceirizar ou utilizar funcionários próprios para essa atividade, pois ela é esporádica. Com isso, saber a relação custo beneficio nesse primeiro corte do sistema integrado”, explica Denize.

Além da fazenda Gamada, a avaliação econômica da integração lavoura-pecuária-floresta é feito nas fazendas Bacaeri (Alta Floresta), Brasil (Barra do Garças) Certeza (Querência), Gaúcha (Nova Xavantina), Pégasus (Marcelândia), Dona Isabina (Santa Carmen), Guarantã (Juara) e no campo experimental da Embrapa Agrossilvipastoril (Sinop).

Fazenda Gamada
De propriedade de Mário Wolf, a fazenda Gamada tem como atividades a agricultura e a pecuária de corte. Desde 2009, instalou em uma área de 70 hectares sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta. Nas configurações adotadas são testadas como espécies florestais o eucalipto e o pinho-cuiabano (paricá) em linhas simples, duplas e triplas; e a teca e pau-de-balsa em linhas triplas.

Nas três primeiras safras do sistema, foram plantados soja, arroz e milho. A partir do terceiro ano agrícola, com o crescimento das árvores, o capim entrou na área e iniciou-se a fase silvipastoril.

Conheça mais sobre a iLPF na fazenda Gamada no vídeo “iLPF: uma alternativa sustentável para a Amazônia mato-grossense

Aviso Legal
Para fins comerciais e/ou profissionais, em sendo citados os devidos créditos de autoria do material e do Jornal Dia de Campo como fonte original, com remissão para o site do veículo: www.diadecampo.com.br, não há objeção à reprodução total ou parcial de nossos conteúdos em qualquer tipo de mídia. A não observância integral desses critérios, todavia, implica na violação de direitos autorais, conforme Lei Nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998, incorrendo em danos morais aos autores.
Ainda não existem comentários para esta matéria.
Para comentar
esta matéria
clique aqui
sem comentários

Conteúdos Relacionados à: ILPF
Palavras-chave

 
11/03/2019
Expodireto Cotrijal 2019
Não-Me-Toque - RS
08/04/2019
Tecnoshow Comigo 2019
Rio Verde - GO
09/04/2019
Simpósio Nacional da Agricultura Digital
Piracicaba - SP
29/04/2019
Agrishow 2019
Ribeirão Preto - SP
14/05/2019
AgroBrasília - Feira Internacional dos Cerrados
Brasília - DF
15/05/2019
Expocafé 2019
Três Pontas - MG
16/07/2019
Minas Láctea 2019
Juiz de Fora


 
 
Palavra-chave
Busca Avançada