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O conceito de produção integrada é relativamente novo no Brasil, mas já envolve várias culturas. A ideia principal é utilizar o mínimo de químicos possível no cultivo, seja na adubação ou no controle de pragas. No entanto, a produção integrada, conhecida como PI, não exclui totalmente o uso de agrotóxico. O que ela faz é monitorar o surgimento de pragas e só aplicar os químicos a partir de um certo nível de ocorrência, de forma racional, controlada e sem exageros. A novidade é a utilização do sistema de produção integrada com citros no Amazonas, que será iniciado em agosto e já conta com um grupo de produtores locais que está recebendo o treinamento para praticar as mudanças na forma de produzir. Além de beneficiar o meio ambiente, os produtores também fazem economia e conseguem reduzir os gastos em até 30% porque não usam os químicos de forma exagerada.
— É um novo sistema de produção agrícola como alternativa ao sistema convencional de produção. O termo integrado significa que você deve levar em conta uma série de aspectos do uso de agrotóxicos, do controle de pragas, do manejo integrado da praga você trabalha no monitoramento da praga sem que você coloque o agrotóxico de forma desnecessária. Outro aspecto da produção integrada é a conservação do solo, o uso de herbicidas é feito de forma controlada, você deixa a erva daninha até um certo ponto, visando reduzir o custo de produção e, ao mesmo tempo, ter um produto de maior qualidade, maior segurança com nível de resíduo muito mais baixo e conservando o meio ambiente — explica o pesquisador Marcos Garcia, da Embrapa Amazônia Ocidental.
A grande dificuldade da implantação da produção integrada, segundo Garcia, é a mudança de conceitos que ela implica. O agricultor precisa mudar a forma de pensar e, principalmente, os hábitos que os acompanham há anos. Normalmente, os produtores usam os agrotóxicos através de calendários e planejam com antecedência a época de pulverização, mesmo que a plantação esteja livre das pragas. O pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental explica que com a redução dos agrotóxicos a exportação de alimentos se torna mais fácil para os produtores já que mercados exigentes como a Europa são críticos em relação a resíduos de químicos nos alimentos.
— A maioria dos produtores aplicam os agrotóxicos nas plantas em esquema de calendário, já com data marcada para a aplicação, independente da existência da praga. O que a gente propõe é que esta aplicação seja monitorada e os produtos só sejam aplicados quando houver necessidade pela ocorrência das pragas. Essa é uma das grandes dificuldades porque já existe uma tradição de se trabalhar sem o monitoramento, através de calendário. Para fazer a PI o produtor tem que ser bem organizado, tem que anotar todas as atividades nos cadernos de anotação e isso às vezes é um pouco difícil de ser aceito porque exige um pouco mais de trabalho — diz Garcia.
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