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O uso intensivo de máquinas agrícolas e o pisoteio de animais na lavoura gera problemas no solo como a compactação. O fenômeno é resultado de um aumento da densidade do solo e consequente perda de porosidade, o que dificulta a absorção de nutrientes das plantas e faz com que a produtividade das culturas caia drasticamente. Durante a Tecnoagro, que aconteceu nos dias 2 e 3 de março, na cidade de Chapadão do Sul, em Mato Grosso do Sul, foi discutido o efeito da compactação do solo na produtividade e na dinâmica nutricional das plantas. O palestrante Morel de Passos e Carvalho exemplificou a gravidade dos danos gerados pela compactação.
— A compactação pode ser definida como uma compressão do solo úmido, o que acarreta uma reorganização estrutural das partículas sólidas e dos agregados, resultando num aumento da densidade do solo ou um entijolamento, o que, por consequência, diminui sensivelmente a porosidade do solo. Com isso, ele fica com menos ar e o resultado final disso tudo é uma queda drástica da produtividade vegetal e, portanto, perda de dinheiro. Culturas que produziriam entre 8 a 12 toneladas por hectare, passam para valores 1 a 2 toneladas por hectare. Diminui abruptamente a produção vegetal — resume Morel de Passos e Carvalho, engenheiro agrônomo e professor de manejo e conservação do solo da Unesp.
O grande problema é que a descompactação é extremamente lenta e leva muito mais tempo para ser obtida do que a compactação. As práticas conservacionistas de solo são extremamente importantes para a recuperação. O uso de adubação verde, a adição de matéria orgânica na lavoura, a subsolagem e rotação de culturas são algumas medidas que ajudam no restabelecimento da porosidade do solo.
— Os adubos verdes causam buracos biológicos no solo e causam recondicionamento fazendo o solo voltar aos níveis desejados com valores acima de 10% de porosidade, que é o ideal para solo descompactado. Quando se usa a mesma cultura por 20 anos, a produtividade cai pra muito baixo. No caso do algodoeiro, cai pra 62 arrobas por hectare. Se for feita uma rotação com leguminosa, essa produção salta para valores de 140 arrobas por hectare de algodão. Toda leguminosa, como exemplo a mucuna-preta, é um descompactador de solo porque as raízes retornam nutrientes no solo, aumentando a produtividade do algodoeiro — explica.
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