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Felipe Rosa, Embrapa Amazônia Ocidental
24/06/2013
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Um esforço conjunto entre a Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus/AM), Universidade Federal do Amazonas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade de São Paulo, Universidade de Brasília, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Universidade Justus-Liebig Giessen e Instituto Max Planck quer elucidar como ocorrem as transformações do nitrogênio (N) nos solos de Terra Preta de Índio (TPI).
O nitrogênio é um nutriente fundamental na agricultura e nos ecossistemas naturais, sendo um dos elementos mais demandados pelos vegetais. O N também está relacionado com a emissão de gases de efeito estufa, como o óxido nitroso, proveniente da desnitrificação. “Apesar de sua importância, poucos estudos foram efetuados sobre o ciclo de nitrogênio em solos amazônicos de Terra Preta de Índio”, destacou o pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental e líder do projeto, Aleksander Westphal Muniz.
Terra Preta de Índio tem sua origem relacionada a povos ancestrais pré-colombianos
Neste contexto e dentro das ações iniciais do projeto, que conta com apoio da Fundação Estadual de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), aconteceu na última quinta-feira (20/06), na sede da Embrapa Amazônia Ocidental, uma reunião técnica com o objetivo de alinhar as estratégias para implementação e execução do trabalho.
A reunião envolveu bolsistas e pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental e, também, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Durante a abertura da reunião, Muniz fez a apresentação geral do projeto, informando os objetivos geral e específicos do trabalho, as entidades que serão parceiras e a forma de participação destas instituições.
Depois, o pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Gilvan Coimbra Martins, fez uma descrição do sítio de Terra Preta de Índio localizado no Campo Experimental do Caldeirão, que fica no município de Iranduba (AM), e é de responsabilidade da Embrapa Amazônia Ocidental. Além disso, o pesquisador falou sobre outros projetos já desenvolvidos em relação a este solo. No campo experimental do Caldeirão estão localizadas três manchas de solo com Terra Preta de Índio. A área corresponde a um sítio de aproximadamente 23 hectares.
Por último, a pesquisadora da Embrapa Amazônia Ocidental, Cristiaini Kano, apresentou alguns dos detalhes da ação que vai integrar o projeto, relacionada ao Monitoramento do Teor de Nitrogênio na Solução de Solo.
Além dos pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental, também participaram da reunião os professores da Ufam, Myrtle Schock e José Renato Cavallazzi, e os bolsistas da Embrapa Amazônia Ocidental, Ronielly Nunes, Rafaela Correa, Telma Silva e Eric Pereira.
Terra Preta de Índio
As TPIs são manchas de solo escuro encontradas na Bacia Amazônica e que podem variar de áreas menores, de cerca de um hectare, até extensões com mais de cem hectares. A Terra Preta de Índio, que tem sua origem relacionada a povos ancestrais pré-colombianos, apresenta grande acúmulo de matéria orgânica e fertilidade. Os solos são caracterizados pela ampla disponibilidade de nutrientes como cálcio, magnésio, zinco, manganês, fósforo e carbono, fazendo um contraponto à maioria dos solos da região amazônica, que possuem coloração amarelada, baixa fertilidade e acidez – condições desfavoráveis à agricultura.
A Embrapa e outras instituições buscam conhecer melhor as características físicas e químicas da Terra Preta de Índio, assim como seu processo de formação e evolução. Uma dos objetivos deste esforço é tentar reproduzir estas particularidades, especialmente as relacionadas à fertilidade, como forma de usar as informações no âmbito da agricultura.
No Amazonas, a Terra Preta de Índio é encontrada em municípios como Autazes, Parintins, Iranduba e Manacapuru, entre outros. As importantes informações relacionadas ao solo, e que em muitos pontos ainda é desconhecida, fazem das áreas de TPI sítios arqueológicos potenciais.
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