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Cristina Tordin e Eliana Lima, Embrapa Meio Ambiente
24/03/2014
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Cassiano Ricardo Mendes é produtor de abobora, feijão, milho e coentro em Barreiras, BA, sendo que somente de abobora Tetsukaboto cultiva mais de 100 ha/ano. Conforme o produtor, o problema que tinha de mais grave era o oídio e a virose. “A virose é variável, dependendo de clima e das lavouras vizinhas. Mas o oídio era frequente e de custo de controle químico elevado”.
“O uso do leite se intensificou a partir de 2005. Os resultados foram muito bons e não faço mais controle químico para isso. As primeiras notícias que tive foram de produtores de São Paulo, mas pela publicação da Embrapa Meio Ambiente é que consegui informações técnicas. O leite proporciona melhor desenvolvimento da cultura, que visivelmente se observa em poucos dias”, diz Mendes.
Oídio
Os oídios são doenças causadas por fungos que crescem no tecido vivo das plantas de diversas espécies: abobrinha, pepino, pimentão, tomate, melancia, melão, uva, soja, feijão, eucalipto, caju, manga e muitas outras. A doença reduz o potencial produtivo das plantas atacadas e pode comprometer a qualidade do produto. A Embrapa desenvolveu um método alternativo de controle de oídio, que utiliza leite cru. Esta forma de controle pode ser utilizada com sucesso em qualquer modelo de agricultura, incluindo a produção de alimentos orgânicos.
O pesquisador Wagner Bettiol, da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), destaca que o leite possui três modos de ação: o primeiro deles é a formação de uma camada protetora na superfície das folhas, em que micro-organismos crescem e impedem os fungos nocivos de germinarem ou de penetrarem na planta. A outra forma está relacionada a sua propriedade antimicrobiana, inibindo o crescimento de diversos fungos estranhos ao leite; a terceira forma diz respeito à presença, em sua composição, de sais minerais que induzem às plantas a se tornarem resistentes ao patógeno.
A aplicação do leite deve ser feita de modo preventivo, em culturas que normalmente sofrem ataque de oídio, em pulverizações por toda a planta; ou uma vez por semana, diluído em água nas concentrações de 5% ou 10%, dependendo da gravidade da doença.
A mistura de leite com água está sendo utilizada em outros países, não só na agricultura convencional, como também na orgânica, com vantagens sobre a aplicação de fungicidas, uma vez que o leite não deixa resíduos nocivos à saúde humana ou ao meio ambiente.
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