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Marcela Buzatto, Emater/RS-Ascar
24/12/2018
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Buscando a qualificação da atividade da viticultura no município de Planalto, a Emater/RS-Ascar, Prefeitura e Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) promoveram um dia de campo, na última quarta-feira (19/12), na propriedade do agricultor Telmar Moresco, localizada na Linha São Roque, interior do município. A propriedade da família Moresco cultiva a viticultura em sete hectares, com predominância da uva Bordô. Em Planalto, essa é a maior propriedade produtora de uva.
Em três estações, diferentes assuntos relacionados à atividade da viticultura foram trabalhados. Manejo e cobertura do solo foi tema apresentado pelo assistente técnico regional de recursos naturais da Emater/RS-Ascar, Carlos Roberto Olczevski, que tratou sobre as diferentes fases da adubação, da importância da análise de solo e foliar, bem como da cobertura verde para o solo. Segundo as orientações de Olczevski, a adubação inicial deve ser feita antes da implantação do parreiral, conforme análise de solo. Da mesma forma, é recomendado o cultivo de plantas de adubação verde logo após a correção com calcário, fósforo e potássio, conforme a necessidade.
"Todo o produtor de parreira deve realizar a análise foliar, para identificar como está a nutrição da planta. Porque muitas vezes, mesmo tendo disponibilidade de adubação no solo, é preciso saber se a planta está absorvendo todos os nutrientes. O melhor momento para realizar a análise foliar é no período de maturação", explicou o assistente técnico.
Carlos falou ainda sobre a adubação de crescimento, que deve seguir até o terceiro ano do parreiral. A adubação de manutenção também foi explicada, que é aquela que deve ser realizada todos os anos e tem objetivo de repor os nutrientes da planta. "Essa adubação varia de acordo com a produtividade que o agricultor deseja obter com o parreiral, variando de 10 a 25 toneladas por hectare, ou até mais", completou.
O assistente técnico explicou sobre as épocas de adubação e reiterou a necessidade de adubação verde, que deve ser realizada todos os anos para garantir a estruturação do solo, proporcionando maior capacidade de infiltração e armazenamento de água e oxigenação no solo. O uso de irrigação em parreirais também foi tema tratado. Segundo Olczevski, sistemas de irrigação podem ser financiados pelo Pronaf ou podem ser subsidiados pelo Programa Mais água Mais Renda, que subsidia a primeira e a última prestação do financiamento e está em vigor até o final de 2019. "Uma importante informação que passamos aos agricultores é que é possível a retirada de água de rios e lajeados para utilização na irrigação. A outorga da água, que é a autorização para o uso da água, é realizada pelos Escritórios Municipais da Emater/RS-Ascar", acrescentou o assistente técnico.
Outra estação do dia de campo tratou sobre utilização do fungicida microbiológico Trichoderma, tema abordado pelo engenheiro agrônomo da Cotrisal, Eberton Golin. A última estação do evento foi conduzida pelo técnico em agropecuária da Emater/RS-Ascar, Doraci Bedin, que explanou sobre podridão ascendente/descendente, doença que tem afetado muitos parreirais nessa região, e qualidade de mudas. A proliferação da doença acontece devido à infecção das mudas ou até mesmo durante o processo de poda, caso o agricultor não desinfetar a tesoura de poda acabará transmitindo a doença para outras plantas. Bedin destacou os cuidados que o produtor deve ter na hora da poda, bem como a extrema atenção ao adquirir as mudas.
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