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Joseani M. Antunes, Embrapa Trigo
06/08/2018
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O momento é de monitorar as lavouras de cereais na Região Sul, principalmente para o controle de doenças fúngicas. As principais doenças no trigo são oídio, manchas foliares, ferrugem da folha e giberela. Saiba quais são as estratégias recomendadas pela pesquisa para reduzir as perdas na lavoura.
As condições climáticas no inverno sul-brasileiro podem favorecer a presença de fungos no ambiente, ocasionando doenças em cereais como o trigo, a cevada e a aveia, entre outros. Veja abaixo os sintomas e formas de controle das principais doenças que ocorrem na cultura do trigo:
Oídio
Ocorre em todas as partes das plantas, mas é mais comum na folhas e bainhas. Em anos secos, pode ocorrer a predominância dessa doença. A principal medida de controle desta doença é o uso de cultivares resistentes. No uso de cultivares suscetíveis, recomenda-se o tratamento de sementes com fungicidas específicos e a pulverização na parte aérea.
Ferrugem da folha
É uma doença que ocorre em praticamente todos os locais onde se cultiva trigo no mundo. No Brasil, o seu agente causal, o fungo Puccinia triticina, sobrevive durante o período de ausência da cultura em plantas voluntárias. Uma importante medida de controle da ferrugem da folha também é o uso de cultivares resistentes. Por outro lado, a pulverização de fungicidas na parte aérea também tem demonstrado boa eficiência para controlar a doença.
Manchas foliares
Na condição brasileira, pelo menos três doenças devem ser consideradas: a mancha marrom, a mancha amarela e a mancha das glumas. As sementes e os restos culturais são os locais mais importantes para sobrevivência dos patógenos causadores das manchas foliares durante a ausência da cultura no campo. As principais medidas de controle das manchas foliares incluem a rotação de culturas, o tratamento de sementes com fungicidas, uso de sementes sadias e a aplicação de fungicidas na parte aérea das plantas.
Giberela
O excesso de chuvas no espigamento é o principal fator associado com essa doença. O uso de cultivares tolerantes à doença ameniza o problema, já que não existem cultivares resistentes. Outra alternativa é a pulverização de fungicidas com o objetivo de proteger a espiga, prática que nem sempre atinge níveis de eficiência adequados. Para saber quais as melhores combinações de controle, acompanhe os resultados gerados na rede de ensaios cooperativos, que avalia a eficiência dos fungicidas a cada safra. Outra alternativa de monitoramento é o Sisalert, plataforma de previsão climática que indica o nível de risco para giberela e brusone a partir da data de espigamento do trigo.
Para os pesquisadores que trabalham com fitopatologia (estudo das doenças em plantas), a melhor estratégia de controle é o monitoramento da lavoura, já que os fungos podem atacar em diferentes momentos no desenvolvimento da cultura, tanto no clima seco quanto no período chuvoso.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Trigo, Flávio Santana, seguir o calendário para fazer as aplicações de defensivos pode parecer mais fácil ao produtor, mas é preciso lembrar que o clima é variável, não segue calendário: “Fazendo a aplicação calendarizada você pode errar o momento de controle, aplicando antes da doença aparecer, desperdiçando produto, ou após o dano. O momento ideal é controlar a doença no início, logo que aparecem os primeiros sintomas, quando o clima está propício ao fungo”, esclarece Santana.
Ouça a entrevista com o pesquisador Flávio Santana, da Embrapa Trigo.
Na Cooperativa Agrária (sede em Guarapuava, PR), o monitoramento de doenças conta com um sistema de alerta que cruza dados climáticos com parcelas no campo. Criado em 2011, o Radar Inverno conta com unidades de monitoramento de doenças em trigo e cevada, em 17 municípios da região central do Paraná. Segundo o pesquisador da FAPA/Agrária, Heraldo Feksa, as parcelas no campo servem de indicativo da chegada das doenças na região, gerando alertas à assistência técnica com o nivelamento dos métodos de controle.
Saiba mais sobre o trabalho na FAPA/Agrária na entrevista com o pesquisador Heraldo Feksa.
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