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Rachel Rocha Mascarello
17/07/2018
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A área agricultável quase triplicou no Cerrado em 17 anos. Segundo último levantamento do MapBiomas, que é um projeto de mapeamento anual da cobertura e uso do solo do Brasil, só no bioma do Cerrado, os cultivos cresceram de 7,4 milhões para 20,5 milhões de hectares, entre os anos 2000 e 2016.
Paralelo a essa expansão, vieram também os desafios. E essas dificuldades enfrentadas na agricultura serão pautas de debates durante o 16º Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha, que será realizado em Sorriso (MT), entre os dias 01 e 03 de agosto. No primeiro dia de programação está previsto um painel sobre os "Desafios do Sistema Plantio Direto na Região do Cerrado".
Um dos convidados para discutir o tema é o pesquisador da Embrapa Soja, Henrique Debiasi. Para ele, o grande desafio do plantio direto na região de Cerrado está ligado diretamente ao aumento da adoção de sistemas diversificados de produção. "Quanto maior a adoção de diversificação de espécies de vegetais utilizadas no sistema de produção, melhor será o sistema plantio direto na palha. O grande desafio está em estimular o produtor em adotar o SPD em sua plenitude, principalmente no que se refere a essa diversificação de culturas".
Apesar da qualidade do manejo do solo ter melhorado significativamente no Cerrado, o pesquisador destaca que é preciso pensar e colocar em prática novas formas de produção. "Há 15 anos o que predominava era o sistema de plantio de soja e pousio. A entrada do milho segunda safra apresentou um avanço muito importante, porém em decorrência desse sistema – soja e milho, o ano todo, vem trazendo muitos problemas ligados principalmente a compactação do solo, de doenças radiculares, de nematoides", explica Henrique Debiasi.
E esses problemas na lavoura, segundo o pesquisador, têm sido atribuídos a adoção do Sistema Plantio Direto, o que não corresponde na realidade. "Esses problemas de manejo estão surgindo porque o SPD não tem sido adotado como ele deveria, ou seja, em sua integralidade. A falha continua sendo na pouca diversificação de culturas, nem que seja só na segunda safra. Aqui na Embrapa pesquisas mostram que essas alterações de culturas vegetais só na safrinha melhoram muito a rentabilidade, porque você reduz custos de produção e ainda consegue melhorar a produtividade da soja. Nosso principal desafio é de transferência de tecnologia", finaliza o pesquisador da Embrapa Soja.
Além de Henrique Debiasi, participam deste painel o professor Associado da Universidade Estadual de Londrina, Ricardo Ralisch; Pesquisador da Fundação MT, Leandro Zancanaro; produtor rural José Eduardo de Macedo Soares e ainda representando a Savana Agricultura de Precisão, Sandro Menezes.
Para participar deste e vários outros debates e palestras do 16º Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha é preciso se inscrever no site: www.plantiodireto.org.br. O evento é promovido pela Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação em parceria com o Sindicato Rural de Sorriso; Clube Amigos da Terra (CAT); Instituto Mato-grossense do Algodão (IMA-MT); Fundação Sorriso e Prefeitura de Sorriso.
O Encontro também conta com o apoio Fundação MT, Crea-MT, Facen, Aprofir, Aprosoja, UFMT Sinop, Embrapa, Acrimat, IFMT Sorriso, Cesb, Sistema Famato, Ampa, Sindicato Rural de Cuiabá, Aprosmat, Senar-SP, Sedec, Coomam e Univag.
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