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É bastante conhecida e difundida a importância do solo para a Humanidade. Defini-lo, entretanto, nem sempre é tarefa fácil, haja vista as inúmeras definições que existem sobre este recurso natural. A razão disso, decorre principalmente da variação de interesse quanto à ampla possibilidade de seu uso, sob o ponto de vista agrícola: produção de alimentos, madeiras, fibras, medicamentos, dentre outros (Santos et al., 2015).

Dentre as várias definições de solos, há uma que é normalmente utilizada em nível mundial, particularmente para atender trabalhos pedológicos e será aqui utilizada, isto é: o solo é uma coleção de corpos naturais, constituídos por partes sólidas, líquida e gasosas, tridimensionais, dinâmicos, formados por materiais minerais e orgânicos que ocupam a maior parte do manto superficial das extensões continentais do nosso planeta, contém matéria viva e podem ser vegetados na natureza onde ocorrem e, eventualmente, terem sido modificados por interferências antrópicas (Embrapa, 2013).

O solo é um dos principais recursos naturais usado na produção agrícola. Todavia, dependendo do processo aplicado na sua exploração, ele poderá se tornar esgotável. Por isso, tendo em vista a crescente necessidade de explorar tal recurso, é de grande importância determinar o seu melhor uso, dentro dos princípios da sustentabilidade econômica, ambiental e social.

Deste modo, para obter maiores produções e reduzir, em níveis aceitáveis, o desgaste e empobrecimento dos solos, torna-se imperativo determinar o uso mais adequado das terras, o que poderá ser alcançado mediante o conhecimento dos diversos atributos internos e externos envolvidos, como: porosidade, textura, estrutura, fertilidade, drenagem interna, profundidade do solo e profundidade efetiva, atividade de argila, declividade e orientação de vertentes, dentre outros. Esses atributos, bem identificados e interpretados, subsidiam as previsões de comportamento e balizam as diferentes alternativas de uso e manejo sustentáveis.

Nesse contexto, realizou-se este trabalho com o objetivo de apresentar uma abordagem sobre os atributos “profundidade efetiva e profundidade do solo”, com ênfase em seus conceitos e importância agronômica.

Nos estudos de solos são considerados dois tipos de profundidades, que embora possam parecer sinônimos, apresentam características bem específicas. São elas:

- Profundidade efetiva

Refere-se à profundidade máxima que as raízes penetram livremente no corpo do solo, em razoável número e sem impedimentos (físicos ou químicos), proporcionando às plantas suporte físico e condições para absorção de água e nutriente (Marques, 1971, Lepsch et al., 1991; Lepsch, et al., 2015).

Portanto, a profundidade efetiva corresponde à camada de espessura máxima do solo, que é favorável ao desenvolvimento do sistema radicular das plantas e ao armazenamento de umidade. Conforme os autores citados, não se deve confundir esta profundidade com a medida de espessura do solo superficial mais rico em húmus (horizonte A), ou com a profundidade do lençol d’água, quando este pode ser rebaixado pela drenagem da terra com recursos do agricultor.

A profundidade efetiva, apresenta-se dividida em cinco categorias: muito rasa (<25 cm); rasa (25 a 50 cm); moderadamente profunda (50 a 100 cm); profunda (100 a 200 cm); e muito profunda (>200 cm).

Salienta-se que dentre as ocorrências de fatores limitantes, existem os de ordem física e os de ordem química, impedindo a livre penetração do sistema radicular no solo.
Algumas limitações de ordem física podem ser citadas, como: fragipã, duripã, horizonte plíntico, contato lítico, dentre outros. De outro modo, entre os fatores de ordem química, cita-se: toxicidade de alumínio, salinidade e alcalinidade elevadas, dentre outras.

Para enfatizar a importância de se identificar o tipo de limitação, imagine dois solos muito delgados, com horizonte A repousando diretamente sobre rocha: um deles, em rocha consolidada sem fissuras e o outro em rocha fissurada. Isto é, ambos possuem a mesma profundidade efetiva, porém, o desenvolvimento do sistema radicular ocorre de forma diferenciada.

- Profundidade do solo
Esta profundidade, de um modo geral, é mais abrangente do que a profundidade efetiva, até mesmo por questão de conceitos. Enquanto na profundidade efetiva leva-se em conta, fundamentalmente, o aspecto biológico, aqui, o seu limite inferior está definido pelos limites da ação das forças biológicas e climáticas.

O termo profundidade do solo, portanto, relaciona-se mais intimamente com os processos pedogenéticos, sendo comumente usados em levantamento e mapeamento de solos.

A profundidade do solo se apresenta distribuída em quatro categorias, a seguir: rasa (<50 cm); pouco profunda (50 a 100 cm); profunda (100 a 200 cm); e muito profunda (>200 cm).

Considerações finais
- A profundidade do solo e a profundidade efetiva são atributos de grande importância, tanto no contexto agronômico quanto ambiental, pois tem influência direta em aspectos como: capacidade de armazenamento de água, estoque de nutrientes, desenvolvimento do sistema radicular das plantas, além de riscos de erosão e suas consequências.
- Além da importância de estimativa da capacidade da capacidade de armazenamento de água e de elementos nutritivos na rizosfera, a profundidade efetiva tem grande utilidade no conhecimento da camada que pode ser terraplanada, assim como na indicação do sistema mais conveniente de terraços para proteção contra a erosão.

Referências bibliográficas
EMBRAPA, EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 3 ed. ver. ampl. Brasília, DF: Embrapa Produção de Informação; Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2013. 353 p.
LEPSCH, I. F.; BELLINAZZI JR., R.; BERTOLINI, D.; ESPÍNDOLA, C. R. Manual para levantamento utilitário do meio físico e classificação de terras no sistema de capacidade de uso. 4ª aproximação. Campinas: SBCS, 1991, 175p.
LEPSCH, I. F.; ESPÍNDOLA, C. R.; VISCHI-FILHO, O. J.; HERNANI, L. C.; SIQUEIRA, D.S. Manual para levantamento utilitário do meio físico e classificação de terras no sistema de capacidade de uso. SBCS. Viçosa, MG. 2015. 170p.
MARQUES, J. Q. A. Manual brasileiro para levantamento de capacidade de uso da terra. 3ª aprox. Rio de Janeiro. Escritório Técnico Brasil-EUA, 1971. 433 p.
SANTOS, R. D. dos. Manual de descrição e coleta de solo no campo. 7. ed. rev. ampl. Viçosa, MG: Sociedade brasileira de Ciência do Solo. 2015. 101p.
 

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