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Fabiana Henrique, Sebrae/SC
11/08/2016
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A nanotecnologia, que permite manipular a matéria numa escala atômica e molecular, criando novos produtos e processos, já ajudou a revolucionar diversos segmentos, da indústria química à produção de equipamentos médicos e têxteis. Agora, é a vez da agroindústria ser impactada por esta inovação, de ponta a ponta: desde os tratores, arados, herbicidas, adubos e medicamentos utilizados nos animais até os mecanismos de diagnóstico de doenças. O uso da nanotecnologia na produção de leite é o tema de recente boletim de tendências disponibilizado pelo Sistema de Inteligência Setorial (SIS) do Sebrae.
O mercado mundial de produtos com nanotecnologias deve atingir valores próximos a US$ 3,3 trilhões em 2018. O setor químico é o que ocupa hoje a maior parcela desse mercado, seguido pelos semicondutores. No Brasil, entre 2000 e 2007, foram investidos cerca de R$ 320 milhões em nanotecnologia somando os investimentos do setor privado e pesquisas. Até 2018, o país pretende alcançar 1% do mercado mundial.
Na área de sanidade animal, essa tecnologia pode contribuir no desenvolvimento de nanobiossensores para o diagnóstico de doenças como tuberculose, brucelose, neosporose e anaplasmose bovina. Com isso, será possível ampliar a precisão em diagnósticos laboratoriais numa escala menor de tempo. Os nanobiossensores seriam a solução para o diagnóstico rápido de um elevado número de amostras de soro de animais, processadas ao mesmo tempo, e diversos tipos de doenças analisadas em uma única amostra. Essa inovação é tema de pesquisa da Embrapa, que busca o diagnóstico rápido de doenças em bovinos para detectar em soros de animais baixas concentrações de antígenos dos agentes causadores de doenças.
Para aumentar a eficiência de antibióticos no controle da mastite - inflamação das glândulas mamárias, pode reduzir a produção e a qualidade do leite e causar prejuízos de até 25% no faturamento das propriedades - a equipe de Saúde Animal da Embrapa, em parceria com a CiPharma/Ufop conduz um programa que, desde 2007, trabalha no desenvolvimento de nanocápsulas que sejam capazes de direcionar o antibiótico para compartimentos biológicos no interior da glândula mamária. Outra vantagem da nanotecnologia é sua capacidade de prolongar a ação de produtos. Na adubação, por exemplo, a ureia com nanopartículas fornece nitrogênio por mais tempo na lavoura, o que reduz custos e a mão de obra necessária, já que é preciso menos adubação.
Uma inovação desenvolvida por uma empresa de nanotecnologia de São Carlos (SP), a Nanox, possibilitou à fazenda Agrindus incorporar micropartículas a base de prata, com propriedades bactericida, antimicrobiana e autoesterilizante, no plástico rígido das garrafas usadas para envasar o leite da marca Letti produzido pela empresa e comercializado em 45 cidades do estado de São Paulo. Isso aumentou o prazo de validade do leite fresco pasteurizado de 7 para 15 dias. Ao aumentar o prazo de validade do leite é possível obter ganhos na logística, armazenamento, qualidade e na segurança do produto. A empresa, que tem apoio de programa de inovação da Fundação de Amparo à Pesquisa e Desenvolvimento de São Paulo (Fapesp), quer comercializar o produto na Europa e nos Estados Unidos, onde se consomem volumes muito maiores de leite in natura em comparação com o Brasil.
Entre as ações recomendadas pelo SIS/Sebrae para quem quer saber mais sobre o uso da nanotecnologia na produção de leite:
· O portal da Embrapa apresenta publicações e notícias sobre esta inovação
· Acompanhe a agenda de cursos para sua qualificação e atualização na área: Curso em Nanotecnologia e nanotoxicologia e cursos pelo Ital.
· Acompanhe o Sistema de Inteligência Setorial do Sebrae/SC para continuar por dentro das últimas notícias, eventos e tendências de leite. Para saber mais sobre como implementar ações sustentáveis no seu negócio, conte com os especialistas do Sebrae. Entre em contato através do telefone 0800 570 0800 ou clique aqui.
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