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Produção de silagem e consórcio de culturas são opções econômicas para o agricultor
Embrapa e parceiros realizam seminário e dia de campo sobre produção de silagem em Sistemas Integrados de Produção
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Guilherme Viana e Sandra Brito, Embrapa Milho e Sorgo
16/03/2015

Apresentação de técnicas de produção e silagem de milho, sorgo e capim em sistemas Integrados Lavoura-Pecuária (ILP) reuniu mais de 100 pessoas entre técnicos, produtores, estudantes e fornecedores do setor agropecuário na Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas-MG. O evento, promovido pela Embrapa e seus parceiros, abordou o tema “Silagem em Integração Lavoura-Pecuária” em um seminário e um dia de campo realizados no dia 11 de março.

Na abertura do seminário, realizado no período da manhã, o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Milho e Sorgo, Jason de Oliveira Duarte, representou o chefe-geral da Unidade, Antônio Álvaro Corsetti Purcino. Jason Duarte ressaltou que o objetivo da Embrapa é oferecer opções tecnológicas em sistemas de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). “A nossa ideia é sempre ofertar soluções tecnológicas para que o agricultor possa ter oportunidades de escolha e diversificar a sua produção. O Programa ABC existe há mais de 5 anos e visa o desenvolvimento desses dois sistemas de produção, além de outros, que podem ser aplicados pelos produtores da região de Sete Lagoas, seja em pequenas, médias ou grandes propriedades”, afirmou Duarte.

“Temos uma expectativa muito positiva nesse trabalho porque nós temos uma quantidade de parceiros muito grande, tanto as instituições públicas como a Epamig, a Emater e a Universidade Federal de São João del-Rei, como uma série de empresas, cooperativas e sindicatos que estão participando desse esforço para que a nossa região tenha eficiência na produção de silagem e na produção de leite,” disse Duarte.

Em seguida, o seminário foi iniciado com a palestra “Oportunidade de Produção de Silagem em ILP”, proferida pelo pesquisador da Embrapa Miguel Marques Gontijo Neto. Ele falou sobre as vantagens de usar a lavoura do milho, do sorgo e do milheto em consórcio com o plantio do capim para a recuperação de pastagens degradadas e também para a produção de forragem. “O agricultor que trabalha com pecuária precisa ter alimento disponível o ano inteiro para o rebanho, principalmente no período da seca. E a ILP pode ser uma alternativa bem interessante para aumentar a oferta de forragem e de silagem”, afirmou o pesquisador.

“O plantio da forragem em propriedade degradada melhora a qualidade e a fertilidade do solo e aumenta a capacidade de suporte das pastagens”, disse Miguel Gontijo. Ele destacou também as alternativas para a produção de silagem na ILP: plantio de milho ou sorgo mais capim em áreas específicas para a produção de silagem e em áreas de recuperação ou renovação de pastagens; plantio de milheto mais capim em áreas de recuperação ou renovação de pastagens e em safrinha após o plantio do milho para silagem; e plantio de capins em áreas manejadas para produção de silagem e em sobras de áreas sob pastejo.

Oportunidades de produção de silagem de sorgo, milho e capim
Após a apresentação sobre as oportunidades de produção de silagem, o pesquisador da Embrapa Ramon Costa Alvarenga coordenou uma mesa redonda sobre o tema “Aspectos importantes para a produção de silagem de sorgo, milho e capim”.

O pesquisador José Avelino dos Santos Rodrigues falou sobre a produção de sorgo forrageiro para silagem, destacando que a silagem precisa ter boa qualidade. Ele ressaltou que as variedades de sorgo forrageiro são alternativas de produção de silagem para a entressafra. "O cultivo do sorgo possibilita ao agricultor aumentar a produtividade da forragem com alta qualidade nutritiva e custo baixo de produção”, disse o pesquisador. Ele acrescentou que o agricultor precisa estar atento ao preparar o solo e regular a densidade do plantio. Para isso, é preciso seguir o manejo racional da cultura: escolher a cultivar adequada e fazer o manejo cultural e a ensilagem de maneira correta e no momento certo", afirmou José Avelino.

O tema silagem de milho foi apresentado pelo engenheiro agrônomo da Riber KWS, Dimas Antônio Del Bosco Cardoso. “Os principais problemas que a gente vê no campo se referem ao manejo da lavoura, ponto de colheita e arraçoamento. O agricultor precisa estar atento para aproveitar o potencial da silagem e fazer uma dieta equilibrada para o rebanho”, disse. Para o agrônomo, um bom híbrido para silagem precisa ter as seguintes características: alta produtividade de grãos, excelente bromatologia, sanidade foliar e tolerância ao acamamento. Além disso, Dimas explicou que o agricultor precisa observar o ciclo de maturação da cultura: “Os grãos devem ser profundos e o sabugo, mais fino, para facilitar o processamento desse grão na máquina e a digestão do animal. A silagem há muito tempo deixou de ser apenas uma opção de alimentação para o período da seca. A silagem, hoje, tem uma função muito mais nobre: baixar custo de produção e melhorar o desempenho do animal”, frisou Cardoso.

O zootecnista da Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora-MG) Mirton José Frota Morenz apresentou as vantagens da silagem de capim-elefante, braquiária e panicum em sistemas integrados Lavoura-Pecuária. “A silagem de capim é uma alternativa interessante, pois apresenta boa produtividade e menor custo”, afirmou Morenz.

De acordo com Mirton Morenz, as vantagens do consórcio milho-braquiária são a melhoria das propriedades físicas e químicas do solo, menor população de plantas daninhas e redução no uso de insumos para a produção de biomassa de braquiária de valor nutritivo. “O uso da silagem de capim implica maior uso de alimentos concentrados, o que pode ser compensado pelo baixo custo de produção da silagem” explicou o zootecnista. Ele acrescentou que além de ser utilizada na alimentação das vacas em lactação, a silagem de capim pode ser empregada na alimentação de outros animais menos exigentes.

Agricultores atentos às novas tecnologias
O produtor agropecuário de Abaeté-MG, José Pereira Lima, participou pela segunda vez de um evento na Embrapa. Ele veio acompanhado de mais 14 integrantes da Cooperativa dos Produtores Rurais de Abaeté. Em sua fazenda, de aproximadamente 233 hectares, ele planta cana e capim para silagem e cria 160 vacas de leite. “A produção de leite por dia é de 1.000 litros. Gosto de me manter atualizado, por isso participo dos treinamentos promovidos pela Embrapa. Tudo que estou vendo aqui vou aplicar na minha propriedade, pois gosto de ver tudo sempre organizado e funcionando bem. A cada dia aprendemos mais e é preciso acompanhar a tecnologia”, relatou o agricultor.

Mais três eventos estão previstos para 2015: Produção de grãos em ILP, no final do mês de abril; Recria de bezerros a pasto e terminação em confinamento, em agosto; e em novembro, Implantação das lavouras e das pastagens no sistema ILP.

A iniciativa integra o projeto Rede de Fomento de Sistemas de Transferência de Tecnologias sobre Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) para o aumento de produtividade dos sistemas de produção agropecuários e a redução da pressão pelo desmatamento nos biomas naturais, executados pelos setores de transferência de tecnologia e de pesquisa da Embrapa Milho e Sorgo. O evento foi realizado com apoio da Emater-MG, Epamig e Universidade Federal de Minas Gerais, em parceria com a Rede de Fomento ILPF (Cocamar, John Deere, Parker, Syngenta) e parceiros locais (Agronelli, Banco do Brasil, BioGene, Coopersete, CCPR-Itambé, Matsuda, Riber-KBS, SICOOB, Sindicato Rural de Sete Lagoas).

Dia de campo revela custos de produção das tecnologias
Abaixo, conheça as tecnologias e saiba os principais resultados apresentados em cada uma das estações do dia de campo, realizado na Estação Experimental da Embrapa Milho e Sorgo.

Estação 1 – Dinâmica de máquinas
O representante da Treviso, Edmilson Wagner Costa Júnior, apresentou as linhas de potência dos tratores para corte e trato das culturas, principalmente para o milho e o sorgo e para pastagens. Ele ressaltou a importância de manter os equipamentos bem cuidados. “Usar peças originais e suplementos lubrificantes de boa qualidade é essencial para o bom desempenho e rendimento da máquina, além de aumentar a vida útil do equipamento”, informou.

Estação 2 – Estabilidade de produção agropecuária frente aos riscos climáticos regionais
O pesquisador Daniel Pereira Guimarães alertou que tecnologias que promovam a conservação da umidade no solo devem ser adotadas pelos agricultores para tentar driblar os efeitos causados pelos eventos climáticos extremos, como as altas temperaturas e o menor índice de chuvas. Com o regime pluviométrico bastante alterado nos últimos anos, os veranicos estão cada vez mais extensos e severos e a concentração de chuvas está ficando limitada a curtos períodos. “Essas chuvas fortes, intensas, não recarregam os lençóis freáticos. Há dois anos não registramos chuvas perenes, com duração de diversos dias”, disse. Com isso, Daniel Guimarães reforça a necessidade de implantação de tecnologias como os sistemas de plantio direto e integração lavoura-pecuária.

Estação 3 – Condução da lavoura de sorgo para silagem e custos de produção
Implantada em uma gleba de seis hectares na última safra, foram utilizados dois híbridos de sorgo forrageiro da Embrapa, o BRS 655 e o BRS 658. O manejo pré-semeadura foi feito com aplicações de gesso e potássio, após análise de solo, e a área foi dessecada. O plantio foi feito no dia 23 de novembro de 2014, com espaçamento de 70 cm entrelinhas e com uma população de 145 mil plantas por hectare. Foi feito consórcio do sorgo com capim Mombaça (sementes misturadas ao fertilizante). O custo total por hectare ficou em R$ 2.796,32, sendo considerados todos os gastos nas operações de pré-plantio, plantio, condução da lavoura e a fase de ensilagem. “Os maiores responsáveis por esse custo foram os insumos utilizados, que representaram 57,3%”, explica o pesquisador Rubens Augusto de Miranda.

Dicas sobre o processo de ensilagem foram apresentadas pelo pesquisador José Avelino Santos Rodrigues: “o ideal é encher o silo e fechá-lo no mesmo dia”; “o processo de ensilagem não combina com chuva” e “o agricultor deve optar por silos menores ao invés de fazer um muito grande. Isso evita perda da silagem”.

Estação 4 – Condução da lavoura de milho para silagem e custos de produção
Também implantada em seis hectares, a lavoura de milho foi formada com cinco cultivares: o híbrido triplo convencional da Embrapa BRS 3040, dois materiais da Riber – os híbridos triplos transgênicos RB 9308 (Yieldgard) e o RB 9077 (Bt) – e duas cultivares da empresa Biogene: os híbridos simples precoces transgênicos BG 7046H e o BG 7037H. Na fase de pré-plantio, foram investidos R$ 227,45. O plantio, realizado no dia 20 de novembro, exigiu R$ 1.108,58 para o milho convencional, representando 37,6% de todo o investimento. Para a semeadura do milho transgênico, foram gastos R$ 1.322,33 ou 41,8% do custo total. Para a fase de condução da lavoura, gastou-se R$ 637,64. Por fim, no processo de ensilagem, foram gastos R$ 975,50, gerando um custo total de R$ 2.949,16 para o milho convencional tratado e de R$ 3.162,91 para o transgênico.

Novamente, como na lavoura de sorgo, os insumos utilizados representaram o maior nível de investimento: R$ 1.733,21 ou 58,8% do custo total da lavoura para o milho convencional e R$ 1.946,96 ou 61,6% para a produção transgênica. Segundo o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo Emerson Borghi, da área de Fitotecnia, os dados de produtividade das cultivares serão divulgados posteriormente no Portal da Empresa.

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