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Luadir Gasparotto e José Clério Rezende Pereira
14/03/2014
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Na Embrapa Amazônia Ocidental, as pesquisas com a cultura da bananeira iniciaram em 1997 com um levantamento, em todo o Estado do Amazonas, da incidência e prevalência de doenças vasculares, entre elas o mal-do-panamá, causado pelo fungo Fusarium oxysporum f. sp. cubense raça 2, e o moko, causado pela bactéria Ralstonia solanacearum. Durante esse levantamento, no final de 1997, constatou-se a sigatoka-negra, causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis, nos municípios de Tabatinga e Benjamin Constant. O fato foi ratificado oficialmente em fevereiro de 1998 quando uma equipe do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) visitou a área. Um resumo relatando a ocorrência da doença foi publicado nos anais do XXXI Congresso Brasileiro de Fitopatologia, realizado em Fortaleza em agosto de 1998. Ao mesmo tempo, foi publicado um comunicado no Informativo da Sociedade Brasileira de Fruticultura.
Vale ressaltar que a Embrapa, liderada pela Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, sediada em Cruz das Almas, BA, estava preocupada com a introdução dessa doença no Brasil. Desde o início dos anos de 1980, enviava para Costa Rica genótipos melhorados para serem avaliados quanto a resistência à sigatoka-negra. Com a constatação dessa doença no Amazonas, a Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical enviou para Manaus dezenas de genótipos para avaliação. Entre os genótipos avaliados, a Embrapa Amazônia Ocidental, junto com a Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, lançou e/ou recomendou as cultivares Caipira, Thap Maeo, FHIA 18, Pacovan (Prata) Ken, BRS Caprichosa, BRS Garantida, e, associadas ao Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a BRS Vitória e a BRS Japira. A partir de uma variação somaclonal, constatada em uma população de plantas da cultivar Thap Maeo, a Embrapa Amazônia Ocidental, em 2008, lançou a cultivar BRS Conquista (primeira cultivar de bananeira registrada no Mapa).
Além das cultivares lançadas/recomentadas, foram desenvolvidos equipamento e tecnologia para aplicação de fungicidas na axila da segunda folha da bananeira para o controle da sigatoka-negra. Foram instalados ensaios de adubação para definir as dosagens e épocas de aplicação de adubos nos bananais. Além disso, estudou-se a sobrevivência da bactéria R. solanacearum, cujo resultado indica que novo plantio pode ser estabelecido na mesma área cerca de 12 meses após a eliminação total de um bananal afetado pelo moko.
A partir dos resultados obtidos, definiu-se o sistema de produção de banana para o Estado do Amazonas, com uma publicação impressa e sua disponibilização para consultas online, que, segundo a Embrapa-sede, entre janeiro e maio de 2013, teve mais de nove mil acessos. Além disso, foram publicados os livros: “Sigatoka-negra da bananeira” e “A cultura da bananeira na região Norte do Brasil”.
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