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Carlos Dias, Embrapa Solos
20/02/2014
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O Rio de Janeiro vai sediar, entre 20 e 24 de outubro de 2014, o XVI Congresso Mundial de Fertilizantes, um dos principais fóruns mundiais sobre o assunto. O fato do Brasil importar 70% dos fertilizantes que usa traz ainda mais atenção para o assunto. O evento terá como tema principal a utilização de fertilizantes nos trópicos. Será a primeira vez que este Congresso acontece no Brasil.
O uso eficiente de fertilizantes nos trópicos é um assunto importante, alvo de muito debate na comunidade científica. "Na agricultura tropical, o efeito residual do uso dos fertilizantes também é um fator importante, por aqui podemos cultivar duas ou mais vezes por ano na mesma área", diz o pesquisador da Embrapa e líder da Rede FertBrasil (rede de pesquisa em fertilizantes que une a Embrapa e empresas privadas), Vinicius Benites.
Efeito residual dos fertilizantes também será um dos destaques da programação do evento
"O foco na adubação do sistema ao invés da adubação das culturas é um novo conceito que está crescendo rápido na agricultura tropical", completa o pesquisador. Assim sendo, novas tecnologias em fertilizantes têm que ser desenvolvidas e melhor compreendidas de forma a reduzir as perdas de nutrientes, aumentando sua eficiência de uso nos trópicos.
O Congresso não vai discutir apenas o aspecto cientifico, mas servirá de palco para diversas empresas do setor demonstrarem seus avanços tecnológicos e compartilhar experiência com pesquisadores. A inovação tecnológica no setor é importante para que o Brasil possa amenizar sua dependência externa por esse insumo, seja por ganhos de eficiência ou pela introdução de fontes alternativas de nutrientes.
Vale lembrar que o Brasil dispõe de fontes alternativas de nutrientes, procedentes do processamento da agroindústria e da própria atividade agropecuária. Tecnologias que permitam o processamento industrial desses materiais, permitindo seu uso como fertilizantes, podem alavancar um novo perfil para a indústria de fertilizantes no País.
"Creio que essas novas pequenas indústrias podem representar de 15% a 20% da demanda nacional, algo em torno de 3 a 5 milhões toneladas, valor próximo de 4 bilhões de dólares por ano, diz o também pesquisador da Embrapa José Carlos Polidoro.
Mais de uma dezena de autoridades brasileiras e mundiais em fertilizantes estarão presentes, com destaque para o alemão Martin Trenkel (especialista em fertilizantes de liberação lenta), o americano Mark Alley (fertilizantes em um manejo integrado planta-nutriente) e o australiano Mike McLaughlin (fertilizantes fosfatados e micronutrientes).
Outros tópicos que serão debatidos incluem uso direto de agrominerais, fertilizantes de base orgânica e a adição de micronutrientes e macronutrientes secundários em fertilizantes NPK.
O XVI Congresso Mundial de Fertilizantes vai ser organizado pela Embrapa e Rede FertBrasil, em parceria com o Centro Científico Internacional de Fertilizantes (CIEC) e com o Grupo de Apoio a Pesquisa (GAPE/USP).
Mais informações estão disponíveis no site do Congresso.
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