A Embrapa Amazônia Ocidental, sediada no Estado do Amazonas, atua como um centro de pesquisa ecorregional. A Embrapa passou a atuar no estado logo após sua criação em 1973. As culturas alimentares, entre as quais as hortaliças, constituíam elementos da programação de pesquisa da Unidade de Execução de Pesquisa de Âmbito Estadual (Uepae) de Manaus, criada em 1975. A Uepae de Manaus e o Centro Nacional de Pesquisa de Seringueira e Dendê (CNPSD) foram unificados em 1991, fusão que originou a Embrapa Amazônia Ocidental.
Entre os grandes desafios do setor olerícola está a geração de recursos tecnológicos vinculada à demanda por espécies exóticas e de clima ameno, além do custo amazônico, que incrementa o valor dos insumos requeridos para o cultivo. A preferência por espécies convencionais exóticas está relacionada com a herança cultural gastronômica, desde a colonização, e com a preferência da população alóctone das migrações incentivadas pelo desenvolvimento econômico regional. Dessa forma, a pesquisa caminha para adaptação e desenvolvimento de tecnologias que possibilitam a produção das hortaliças em condições climáticas adversas aos cultivos e favoráveis aos problemas fitossanitários, além de buscar a sustentabilidade dos sistemas de cultivo.
Ações de P&D com olerícolas na Embrapa Amazônia Ocidental
A – Ações passadas
Compreendem as primeiras pesquisas (Relatório de Atividades Técnicas da Uepae de Manaus, 1977-1981), tendo por objeto estudos com cultivares de hortaliças disponíveis à época (seleção); uso de adubação, espaçamento, levantamento de pragas/doenças e respectivo controle químico, envolvendo espécies como milho-verde (várzea, V e terra firme, TF), tomate (TF); pimentão (TF); batatinha (TF); batata-doce (TF); repolho (TF); abóbora (V e TF), entre outras. Além de um período diferenciado (1984-1990), caracterizado por estudos voltados para alface lisa (cvs. Regina e Vitória de Santo Antão), tomate (murcha-bacteriana: tolerância e manejo em leiras e controle de Corynespora cassiicola), além de cenoura e cebola (cvs. de verão).
B – Ações recentes
Avaliação de cultivares em várzea e terra firme (1993-1999) das seguintes espécies: couve-de-folhas, repolho, melancia, pepino, quiabo, batata-doce e milho-verde.
Desenvolvimento de estudos envolvendo o diagnóstico agrossocioeconômico da olericultura familiar em várzea (1999-2001), os quais permitiram determinar: a. Itinerário técnico de cultivo solteiro: melancia, maxixe, pepino, abóbora, quiabo, couve, alface, cebolinha e jambu; b. Sistemas “consorciados” com olerícolas (várzea alta): b.1. Consórcio mamão, pimenta-doce e melancia; b.2. Consórcio maracujá com melancia; b.3. Consórcio mamão com pimenta doce, feijão-vagem e alface.
Execução do Projeto “Tecnologias para a produção de melancia por agricultores familiares de terra firme no Estado do Amazonas” (2008-2010), com apoio financeiro da Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas) e parcerias com o Idam e Prefeitura/Iranduba, com desenvolvimento de estudos sobre calagem, cultivares e irrigação, insetos sugadores e ácaros fitófagos.
Condução de estudos sobre o cultivo de hortaliças em plantio direto na terra firme com irrigação localizada em parceria com Embrapa Hortaliças (2011 -2012), gerando resultados como: “Produção de berinjela em cultivo mínimo associado à cobertura de leguminosa arbustiva e N mineral em solo argiloso” e “Cobertura do solo com fitomassa de leguminosa arbustiva e N mineral na abobrinha-de-moita em cultivo mínimo”.
C – Ações atuais
São ações que se encontram em andamento: a. Avaliação de genótipos de pimentão sob cultivo protegido em plantio convencional e direto na palhada de milheto (parceria com Embrapa Hortaliças); b. Melhoramento genético de alface: desenvolvimento de linhagens do tipo americana e crespa com resistência ao calor e ao mosaico provocado por LMV (Lettuce Mosaic Virus) ou vírus-do-mosaico-da-alface (parceria com Embrapa Hortaliças), com previsão de teste local de materiais; c. Biofertilização em cultivo solteiro e consorciado de hortaliças sob manejo orgânico em condições de terra firme no Estado do Amazonas (Embrapa Amazônia Ocidental, 2013-2015) → projeto financiado pela Fapeam, com apoio de parcerias locais, objetivando o estudo de formulações, concentrações de aplicação, aplicação manual e por fertirrigação e controle biológico da traça-das-crucíferas sob manejo orgânico.
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