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A colheita de melancia da região de várzeas tropicais tocantinense está a todo vapor. Este ano, a retirada das frutas começou no final de maio e prossegue até final de julho, já que varia de acordo com a época do plantio. Por se tratar de produto de cultivo temporário de curta duração, o ciclo varia de 60 a 75 dias. De acordo com números do IBGE, em 2012 foram colhidas 96.339 toneladas de melancia em uma área plantada de 4.036 hectares no Tocantins. A expectativa do setor para este ano é que a cultura tenha um crescimento de 10%, com relação à safra passada.
De acordo com o secretário executivo da Agricultura e Pecuária (Seagro), Ruiter Padua, a cultura foi introduzida por meio de uma ação do Governo do Tocantins há alguns anos, com objetivo de melhorar a renda dos produtores rurais da região das várzeas e aproveitar a janela de entressafra. “Hoje, a melancia é responsável pela maior produção de frutas do Estado, seguida do abacaxi (34 mil toneladas em 2012) e da banana (26 mil toneladas em 2012)”, disse.
O secretário executivo destaca ainda que a produção de melancia na região das várzeas desenvolve um excelente papel no setor produtivo do Estado e na geração de emprego e renda. “São mais de 1,3 mil empregos gerados todos os anos entre o plantio e a colheita, além de movimentar o comércio local dos municípios integrantes do polo produtor”, frisou Padua.
Mercado
Segundo o assessor de Desenvolvimento Vegetal da Seagro, José Américo Vasconcelos, toda a produção neste período tem mercado certo porque o Brasil vive a entressafra da melancia, onde as regiões ficam impedidas de produzir para evitar a proliferação de doenças e pragas. “No Tocantins, a produção só é possível na região de várzeas devido o sistema de subirrigação, que dificulta o aparecimento de doenças, além disso, o Tocantins tem alta luminosidade, dispensando o uso de defensivos. Esses fatores reduzem os custos com a produção de melancia e ainda garantem uma terceira renda aos produtores”.
Vasconcelos lembra que regularmente a região de várzeas produz arroz, melancia e depois soja ou feijão, milho ou outra cultura. Essa rotatividade também garante maior longevidade do solo em relação a outras regiões produtoras, garante o assessor.
Lucratividade
A melancia produzida no Tocantins abastece todas as regiões brasileiras, com volume mais expressivo para os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Pará, Maranhão, São Paulo e Rio de Janeiro. Para o produtor Carlos Antônio de Oliveira a cultura é bem lucrativa e, além disso, fácil de comercializar para os grandes centros urbanos. “A melancia do Tocantins tem mercado certo lá fora. Só de Lagoa da Confusão saem em média 120 caminhões de melancia por dia”, explica o empresário, que cultiva 1.500 hectares no sistema de irrigação, com produção de 25 toneladas de frutas por hectare.
Várzeas
A região de várzeas tropicais tocantinense garante subirrigação e um solo de alta fertilidade. As várzeas correspondem aos municípios de Lagoa da Confusão, Formoso do Araguaia, Pium, Cristalândia e Dueré, e são excelentes para o cultivo de frutas, soja, arroz, feijão e milho, além de produzirem sementes naturalmente sadias (com destaque para a própria soja).
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