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Com a maçã, um exemplo da diferença que a pesquisa faz
De importador nos anos 1970 e 1980, Brasil chega aos dias de hoje como exportador de maçã. Resultado reflete trabalho intenso da Embrapa no setor
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Embrapa Uva e Vinho
13/05/2013

A cadeia produtiva da maçã oferece mais um exemplo da diferença que a criação da Embrapa fez para o agronegócio do país. Foi nesse sentido ‘o tom do discurso’ no evento em comemoração aos 40 anos da Empresa realizado no último dia 9, na Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado (EFCT) da Embrapa Uva e Vinho, em Vacaria (RS).

Em relação ao ‘case maçã’: publicação técnica no site do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – disponível em http://is.gd/H2NieK – informa que nas décadas de 1970 e 1980 o país importava consideráveis quantidades da fruta. Nos anos 1970, a média anual de importação brasileira de maçã era de 154 mil toneladas, volume que caiu para 108 mil toneladas nos anos 1980, ocorrendo paralelamente a uma expansão da produção nacional – que passou da média de 44 mil toneladas/ano para 314 mil toneladas/ano, respectivamente. “Como o crescimento da produção se mostrou superior ao decréscimo da importação, evidencia-se uma expansão do consumo interno”, afirma o estudo. A década de 1990 foi, segundo o mesmo, um período de consolidação da produção da fruta no país: entre 1991 e 2000, a quantidade produzida mais do que dobrou. Em 2002, finalmente, o país conquistou a condição de ‘exportador líquido’, ou seja, exporta quantidades maiores do que importa (confira tabela mais adiante). “Até os anos 1990 éramos importadores, para, hoje, sermos exportadores”, observou, no evento de ontem, em recepção a autoridades locais e lideranças setoriais, à noite, o chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, Lucas Garrido. Ele destacou, ainda, no sentido das contribuições dadas ao agronegócio pela Embrapa, que o país hoje é o maior exportador mundial de soja, frango e café e o segundo maior de carne bovina, entre outras posições de liderança em relação a importantes produtos.

Voltando à pomicultura brasileira: não coincidentemente, sua evolução deu-se concomitantemente à estruturação de um sistema de pesquisa agropecuária do qual a Embrapa, criada em 1973, é um elemento central. Ela coordena o ‘Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária’ (SNPA), que integra organizações estaduais de pesquisa agropecuária, universidades, institutos de pesquisa de âmbito federal ou estadual e organizações públicas e privadas vinculadas ao segmento. “Crescimento ocorre quando há o devido suporte tecnológico, gerado por pesquisa, na interação entre os setores público e privado”, aponta o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Uva e Vinho, Alexandre Hoffmann. Ele mencionou, na noite de ontem, a avaliação de cultivares e clones da macieira, o sistema de Produção Integrada de Maçã (PIM) e a base tecnológica para erradicação da praga Cydia pomonella como algumas das contribuições dadas pela EFCT, em atividade desde dezembro de 1981, ao desenvolvimento do setor brasileiro da maçã. A promoção de uma reunião técnica anual de pesquisa em relação à fruta e a execução de projeto de manejo da doença ‘cancro europeu’ são algumas ações em apoio à cadeia produtiva a serem implementadas pela Estação ainda em 2013, detalhou, ainda, Hoffmann.

A recepção a autoridades locais e lideranças setoriais reuniu cerca de 40 pessoas. Marcaram presença, entre outros, o secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Vacaria, Eduardo Pagot, o vereador em Vacaria Valdecir Panisson, o prefeito de Bom Jesus, Frederico Arcari Becker, o presidente da Associação Gaúcha dos Produtores de Maçã (Agapomi), Leandro Bortoluz, e o consultor Genor Mussatto, um dos responsáveis pela introdução do cultivo da maçã nos Campos de Cima da Serra – hoje um dos principais polos produtores da fruta no país. Também participaram das atividades, além de Garrido e Hoffmann, os chefes-adjuntos de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Uva e Vinhos, Mauro Zanus, e de Administração, Flávia Basso, o supervisor da EFCT, Gilmar Nachtigall, pesquisadores e empregados da Estação e imprensa. No final da manhã e à tarde aconteceram, na EFCT, por conta da comemoração dos 40 anos da Embrapa, atividades de integração, voltadas ao público interno.

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