dia de campo

a
Esqueceu a senha?
Quero me cadastrar
     26/12/2024            
 
 
    
Para Download        
Mudanças Climáticas Globais, Florestas, Madeira e Carbono
Obra aborda a questão do Aquecimento global através da história e faz uma descrição das motivações pela quais mudanças abruptas na atualidade poderiam ser atribuídas as ações humanas
Baixe o PDF Comente esta notícia Envie a um amigo Aponte Erros Imprimir  
Eder Zanetti
30/05/2014

Você acredita que o desmatamento das florestas tropicais é responsável pelo aquecimento global? Você acredita que evitar o desmatamento na Amazônia e no Cerrado, e em qualquer lugar, vai solucionar o problema do aquecimento global? Você acredita que os fazendeiros, agricultores e madeireiros são os culpados pelo aquecimento global? Você acredita que os pagamentos por desmatamento evitado são a melhor forma de financiar o desenvolvimento sustentável? Você acredita que usar madeira de florestas tropicais é uma forma de destruir as florestas? Você acredita que a Amazônia está sendo destruída pela exploração de madeira? Você acredita que é melhor optar por produtos substitutos da madeira, como forma de garantir a sobrevivência das florestas e diminuir o aquecimento global?

Se você respondeu positivamente para qualquer das questões acima, você precisa ler o que o livro “Mudanças Climáticas Globais, Florestas, Madeira e Carbono” tem pra lhe dizer.  Mentiram pra você, e tem repetido a mentira por milhares de vezes, na tentativa de fazer ela “pegar”. Mas este livro vai tirar você dessa. Uma primeira questão óbvia é: se é verdade que o desmatamento leva ao aquecimento global, porque isto não aconteceu enquanto a Europa, a Ásia e o EUA desmataram a totalidade de seus territórios? E se o uso da madeira prejudica as florestas, porque a Europa e América do Norte são os maiores produtores e consumidores mundiais desta matéria-prima?

A obra trata em detalhes, com fundamentos científicos, a questão do aquecimento global através da história, e faz uma descrição das motivações pela quais mudanças abruptas na atualidade poderiam ser atribuídas as ações humanas - principalmente no setor urbano, e relacionadas com uso de combustíveis fósseis. Os aspectos da adaptação e da mitigação são apresentados de forma descritiva e exemplificados.

O tema dos mercados de carbono é abordado de forma sistemática, demonstrando como surgiram e foram estruturados mercados regulatórios e voluntários, e quais são os principais atores envolvidos na sua implantação e consolidação através dos anos. Uma forma de valorizar o papel dos ecossistemas no fornecimento de serviços para a sociedade, o pagamento por carbono é bem-vindo, mas as tentativas de vincular isto com redução de desmatamento são absurdas.

Neste particular, dos mercados de carbono, o documento reúne informações sobre metodologias para apresentação de projetos, apresentando as minúcias de dados, informações e procedimentos para alavancar atividades voltadas para reduzir emissões ou aumentar sequestro de Gases do Efeito Estufa – GEE. Aumentar o uso da madeira é uma forma de garantir que os recursos financeiros do carbono tenham impacto real na redução dos efeitos dos GEE.

Na discussão sobre Redução das Emissões do Desmatamento e Degradação – REDD (e REDD+) das florestas, o autor apresenta o tema de forma clara e concisa, incluindo uma crítica dirigida sobre as principais falhas deste mecanismo. Convém afirmar que investir em REDD+ em países em desenvolvimento vai resultar em aumento líquido de emissões em todo o mundo. Não há benefícios para o clima global com a atividade, em compensação, para os agricultores, fazendeiros e madeireiros dos países desenvolvidos a história é outra. O abando dos cultivos agropecuários em países em desenvolvimento vai fortalecer o setor nos países desenvolvidos, garantido renda e facilitando a fixação de uma população rural cada vez menor.

Além da questão de transferência de renda e aumento das emissões do setor agropecuário e florestal nos países desenvolvidos, a existência de imensas áreas de florestas subutilizadas por este subsídio perverso - REDD+, faz sobrar para os residentes nos países em desenvolvimento a pesada carga de ter de conviver com uma imensa quantidade e variedade de doenças tropicais, que proliferam em ambientes abandonados. O risco de epidemias de escala mundial já não é mais abstrato, com surtos que surpreenderam o planeta todo nos anos recentes. Este risco aumenta com a má utilização e restrições ao manejo adequado das áreas tropicais, notáveis reservatórios de doenças transmissíveis graves e letais.

Mas como não veio para apresentar problemas, antes para analisar a melhor solução, o livro passa a tratar das oportunidades para que o setor florestal brasileiro, e dos países em desenvolvimento, venha a obter ganhos significativos com os esforços globais de redução de emissões e/ou aumento de sequestro de GEE.

O livro traz à luz uma questão importante para o desenvolvimento sustentável do país, que é a integração da Amazônia. O Brasil precisa usar mais e melhor as suas florestas tropicais. É urgente e necessário explorar cada vez mais, com maior impacto (maior volume de colheita e de inversão tecnológica e financeira) e intensidade nossas madeiras nobres, como forma de garantir o desenvolvimento sustentável e qualidade ambiental para estas e as futuras gerações.

Usar madeira melhora a sociedade como um todo, e cria um ambiente saudável para que a população seja beneficiada pelas ações socioeconômicas. As madeiras das florestas tropicais estão disponíveis para exploração. A floresta tropical brasileira já passou da hora de ser explorada, apresentando excessos de estoques que comprometem sua sanidade e produtividade. E o mais grave, a sua baixa utilização rouba oportunidades de trabalho e renda para a população mais carente, que poderia utilizar estes recursos para alavancar seu próprio desenvolvimento sustentável, mas acaba indo engrossar os eixos de pobreza e criminalidade nos centros urbanos.

Neste sentido a obra avança ainda mais, demonstrando que as oportunidades dificilmente iriam ser desenvolvidas investindo em parcerias com EUA e Europa, que tem setores florestais muito poderosos e desinteressados no avanço brasileiro. Os parceiros ideais estão no eixo dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China – com África do Sul), que tem apresentado crescimento econômico e potencial para mudar a arquitetura das relações econômicas globais. A obra sugere isenção de taxas e impostos para a madeira e os serviços ecossistêmicos associados à ela, incluindo Carbono. Este tema foi levado para o BRIC por intermédio da FAO, que convidou o autor, único brasileiro a participar de evento oficial do Ano Internacional das Florestas da ONU, para expor a proposta na Índia, em 2011.

Dando sequencia a postura propositiva do trabalho, no último capítulo são demonstradas ações de peso já em implantação no Brasil, para tornar esta abordagem uma realidade. A proposta de legislação federal, a unidade e a plataforma criadas como protótipos e já funcionando, demonstra que a obra não trata de ficção, mas antes de uma realidade inserida no dia-a-dia dos brasileiros.

O autor gostaria que os leitores tomassem o conteúdo como um instrumento de enfrentamento. O livro foi produzido para esclarecer o público sobre o tema das florestas e o papel da madeira para manter uma sociedade soberana, saudável, rica e diversa. A madeira das florestas brasileiras não é menor, por sinal é muito melhor, do que as madeiras das florestas dos outros países, e deve ser utilizada como veículo de crescimento social, ambiental e econômico do Brasil. A madeira brasileira é um produto nobre, de qualidade, com alta rentabilidade e, mais importante, nossa, assim como as florestas. Já passou da hora de passarmos a tratar do que é nosso com propriedade. Boa Leitura!

Texto originalmente publicado em 12/12/2012

Aviso Legal
Para fins comerciais e/ou profissionais, em sendo citados os devidos créditos de autoria do material e do Jornal Dia de Campo como fonte original, com remissão para o site do veículo: www.diadecampo.com.br, não há objeção à reprodução total ou parcial de nossos conteúdos em qualquer tipo de mídia. A não observância integral desses critérios, todavia, implica na violação de direitos autorais, conforme Lei Nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998, incorrendo em danos morais aos autores.
Márcio José Setti
20/11/2012 - 14:48
Muito bom!!!!!!!!!!!!

Carolina Pinheiro
20/11/2012 - 21:36
A publicação pretende ser científica mas expõe logo de cara comentários sem fundamentação correta sobre temas de altíssima relevância para o Brasil, como a questão de florestas e mudança do uso da terra. Cabe ressaltar que o tratamento de REDD+ na introdução do texto não é compatível com as decisões internacionais sobre o tema, que já barraram problemas associados a não adicionalidade. Assim sendo, a publicação se mostra ideologicamente comprometida e tecnicamente desatualizada. Decepcionante.

Eder Zanetti
22/11/2012 - 08:51
Desde 1750, cerca de 375 bilhões de toneladas de carbono já foram emitidos para a atmosfera. Segundo o relatório, a queima de combustíveis fósseis foi responsável pela maior parte desse volume.

http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2012/11/21/89072-volume-de-gases-estufa-na-atmosfera-bate-novo-recorde-diz-orgao-da-onu.html

Eder Zanetti
22/11/2012 - 09:26
Carolina,
se você passar da introdução, talvez encontre as respostas que está buscando.
por favor atente que estamos falando de bases científicas, e não politicas, sobre as mudanças climáticas.
o tema do REDD+ não tem importância nenhuma para o Brasil, já a madeira tropical é um fator de competitividade que pode modificar o eixo do comércio internacional de madeiras duras.
Qualidade ambiental é diferencial competitivo, e isto vai se acentuar a cada dia. Transferir qualidade ambiental para outros países, vai comprometer a competitividade da nossa agricultura, indústria e setor de serviços no futuro. é muito melhor manter a qualidade ambiental em nosso país, para que nossa economia possa crescer mantendo competitividade...
Se voce passar da introdução, tenho certeza que vai entender isso...
saudações florestais

Fernando Penteado Cardoso-eng.agr-USP-ESALQ,1936
12/12/2012 - 18:50
Parabéns antecipados ao autor pela disposição de discutir ideologias mal fundamentadas que vêm entravando o desenvolvimento do país.Faz-me lembrar do saudoso colega Angelo Paes de Camargo, do IAC, que em 2005 publicou magnifico artigo esclarecendo a relação entre floresta e clima na Amazônia.Chega de tabús e crendices: vamos aos fatos e ao progresso

Thales Augusto
16/12/2012 - 12:10
Muito obrigado, parabéns !
Idéias assim devem ser cultivadas.

Para comentar
esta matéria
clique aqui
6 comentários

Conteúdos Relacionados à: Silvicultura
Palavras-chave

 
11/03/2019
Expodireto Cotrijal 2019
Não-Me-Toque - RS
08/04/2019
Tecnoshow Comigo 2019
Rio Verde - GO
09/04/2019
Simpósio Nacional da Agricultura Digital
Piracicaba - SP
29/04/2019
Agrishow 2019
Ribeirão Preto - SP
14/05/2019
AgroBrasília - Feira Internacional dos Cerrados
Brasília - DF
15/05/2019
Expocafé 2019
Três Pontas - MG
16/07/2019
Minas Láctea 2019
Juiz de Fora


 
 
Palavra-chave
Busca Avançada