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Em 1985, Luiz Geraldo Mialhe foi chamado para prestar assessoria no Ministério da Indústria e Comércio acerca de um Programa de apoio a indústria brasileira de máquinas agrícolas (AGRITEC). Na oportunidade surgiu a discussão sobre o quanto o esforço na área de Biotecnologia do programa de melhoramento de sementes implementado pelo Ministério da Agricultura estava perdendo eficácia porque as máquinas de plantio simplesmente destruíam as sementes no ato da semeadura e os produtores não sabiam explicar porque. “Na ESALQ havíamos testado algumas das máquinas mais vendidas na época e a explicação era bem simples: as semeadoras, originalmente projetadas para trabalho com tração animal, quando trabalhando na velocidade de operação dos tratores, simplesmente transformavam as sementes em quirera. Ou seja, a ação governamental orientava-se primordialmente para a parte genética do melhoramento das sementes, mas desconsiderava ou desconhecia o que vinha acontecendo quando as sementes passavam por mecanismos de projeto inadequado das semeadoras. Aí está um exemplo típico de discordância entre as esferas mecânica e biológica, ou seja, do prejuízo causado falta de integração na aplicação dos conhecimentos de duas diferentes áreas do conhecimento em Ciências Agrárias”.
Mialhe atuou na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ) entre 1963-1992, lecionando no setor de Máquinas Agrícolas, do então Departamento de Engenharia Rural. Para o professor, o conhecimento sobre máquinas agrícolas para plantio tem necessariamente que considerar as condições de solo e o tipo de planta que o produtor irá cultivar. “A união dessas três áreas constitui a essência do conhecimento aplicado para que possamos usar essas máquinas da melhor forma”. Essa é a diretriz da obra “Máquinas agrícolas para plantio”, de autoria do professor Mialhe, editada pela Millennium Editora.
A obra abrange as operações de semeadura, plantio, transplante, acondicionamento e tratamento de sementes e centraliza nos conceitos básicos envolvidos na tríplice interação (propágulo+máquina+solo) que ocorre nas operações agrícolas de plantio – fundamental na base curricular da formação técnico científica requerida hoje pelos profissionais das áreas das Engenharias Agrícola, Agronômica e Florestal.
Outro diferencial da obra é um apêndice didático, que traz uma “Mensagem do Professor”. “Acrescentei uma mensagem ao professor em cada um dos capítulos técnicos. Nas minhas andanças percebi que falta diretriz para melhorar a forma de transmissão do conhecimento para esse tipo de equipamento e a inexistência de obra de caráter didático sobre o tema, dirigida especialmente para alunos de graduação. Ao mesmo tempo, a partir das visitas às propriedades agrícolas, em conjunto com outros professores, percebi que os produtores se ressentiam de muitos conhecimentos de base a respeito dessas máquinas”, aponta Mialhe.
De acordo com o professor, a compreensão do princípio de funcionamento dos vários tipos de máquinas de plantio, de como avaliar seus desempenhos, proceder suas regulagens e eficiente manejo de campo, constituem importantes pré-requisitos para o sucesso de qualquer programa de produção agrícola. “Visando atender essa demanda de conhecimentos e com foco especialmente centrado nos cursos de graduação da área de Ciências Agrárias, resolvemos elaborar esta obra a partir de nossos apontamentos de aula, de extensa revisão bibliográfica e do levantamento do estado da arte sob domínio das empresas fabricantes das máquinas agrícolas de semeadura, plantio e transplante”, finaliza. Informações de como obter o livro, direto com o professor Luiz Geraldo Mialhe, pelo e-mail engrural@usp.br .
Ficha técnica
Título: Máquinas Agrícolas para plantio
Autor: Luiz Geraldo Mialhe |Editora: Millennium Editora
Nº páginas: 623 |Ano: 2012
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