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Uma técnica originada há 10 anos, apesar de não ser muito popular nos dias atuais, pode aumentar a produtividade do rebanho a partir do aumento do número de embriões. É a chamada bipartição de embriões, que consiste em cortar os embriões em duas partes e implantá-los em uma fêmea produtiva. Segundo Hévila Salles, pesquisadora da Embrapa Caprinos e Ovinos, no início, a técnica era realizada de forma simples.
— Usávamos um estilete adaptado a uma pipeta Pasteur. Com o uso de um estereoscópio, visualizávamos o embrião, que era fixado e cortado com a lâmina em duas partes. Hoje, já existem equipamentos mais sofisticados que podem ser utilizados — conta a pesquisadora.
De acordo com ela, com a bipartição, é possível dobrar o número de embriões. Por exemplo, o produtor pode viabilizar, em vez de 10, 20 embriões por fêmea. No entanto, a técnica apresenta riscos.
— O embrião tem uma barreira de proteção sanitária que é rompida durante a técnica. Então, caso ele não tenha sido bem lavado e venha de fêmeas soropositivas a doenças, esse embrião não deve ser usado — explica.
O produtor rural também precisa ter alguns cuidados. Hévila diz que o rebanho deve ser preparado antes de todas as técnicas de reprodução. Ele deve viabilizá-las em um rebanho sanitariamente e nutricionalmente preparado e conhecer as fêmeas com as quais está trabalhando para obter êxito.
— Hoje, a técnica não é muito utilizada devido à falta de conhecimento por parte do produtor. Algumas tentativas, não só da bipartição como da própria inseminação artificial, não foram bem sucedidas em algumas propriedades exatamente por falta de conhecimento sobre as fêmeas utilizadas. Costuma-se pensar muito na doadora, mas não na receptora — afirma a entrevistada.
Já o custo da bipartição, segundo ela, não é elevado. Ele se paga pelo número de crias que se retira de uma fêmea top de linha. Para a pesquisadora, se uma fêmea é boa produtora de leite ou apresenta bom potencial de produção de carne, ela se paga rapidamente com a venda dos primeiros cabritos.
— No entanto, é necessário enfatizar que ela só é viável em quem tem o manejo sanitário e nutricional correto. Hoje, já existem equipes trabalhando com transferência de embriões em propriedades que já estão utilizando tanto a transferência de embrião quanto a inseminação artificial e a bipartição. No entanto, os produtores que desejam utilizar técnicas mais avançadas de manejo reprodutivo devem começar agora instalando técnicas mais básicas de manejo produtivo, nutricional e sanitário — orienta Hévila.
Para mais informações sobre a técnica, basta entrar em contato com a Embrapa Caprinos e Ovinos através do número (88) 3112-7400.
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