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Por trás da força do agronegócio brasileiro, está a capacidade das cooperativas em assegurar que pequenos e médios produtores sejam competitivos. A atividade agrícola é permeada por uma complexidade que vai além do círculo de influência dos agricultores. Os empreendedores rurais têm de enfrentar oscilações de mercado, barreiras comerciais, exigências impostas por selos e certificações, bem como deficiências na infraestrutura logística existente. Além disso, nenhuma outra atividade econômica está tão suscetível aos imprevisíveis e incontroláveis fatores climáticos como está a agricultura.
No Brasil, o cooperativismo agropecuário tem participação ativa na economia brasileira. Dados consolidados pela Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) apontam que esse segmento é responsável por 5,39% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. As mais de 1548 cooperativas existentes são responsáveis, direta ou indiretamente, por quase 50% da produção agrícola nacional, considerando apenas trigo, soja, café, algodão, milho, arroz e feijão.
Dentre os 943 mil cooperados, 83% produzem em extensões de área que não passam de 100 hectares. Pequenos e médios produtores são responsáveis por 37% do PIB agropecuário brasileiro e encontram no cooperativismo a solução para terem acesso a linhas de crédito e financiamentos. Além disso, a união entre eles aumenta o poder de barganha tanto para a aquisição de insumos quanto para a comercialização dos produtos agrícolas no mercado de commodities. No último ano o setor empregou mais de 298 mil funcionários, o que representou um crescimento de 8,8%, de acordo com a OCB.
A balança comercial brasileira também é beneficiada pela força econômica das cooperativas. Em 2010, as exportações diretas desses organismos alcançaram um recorde: o volume de exportações somou US$ 4,4 bilhões. Com uma gestão cada vez mais profissional nas cooperativas, é natural que em relação ao ano anterior as exportações tenham crescido cerca de 10% (MDIC).
Entre os diversos gargalos que os produtores rurais enfrentam fora da porteira está o déficit no armazenamento de grãos. Hoje, o Brasil produz cerca de 160 milhões de toneladas de grãos, enquanto os armazéns comportam menos de 140 milhões de toneladas. Essa defasagem causa prejuízos à atividade agrícola, pois compromete a comercialização e o abastecimento interno.
No Paraná, estado que concentra a maior parte das cooperativas agropecuárias, a união entre produtores é um exemplo da tentativa de driblar esse gargalo. Aproximadamente 56% da produção é armazenada em silos construídos pelos cooperados, segundo a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). Não fosse a cooperação, mais de 14 milhões de toneladas de grãos se perderiam anualmente no Estado.
As cooperativas agropecuárias brasileiras têm força e poder para serem competitivas no mercado internacional. Neste aspecto, atuam como grandes empresas. Mas ao mesmo tempo, estão em contato direto com o produtor no campo, entendendo suas necessidades. Esse equilíbrio entre mercado e campo tornou as cooperativas agropecuárias brasileiras empresas admiradas e respeitadas no agronegócio.
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