O Global Positioning System (GPS) conhecido no Brasil como Sistema Global de Posicionamento, foi desenvolvido na década de 70 pelo departamento de defesa dos Estados Unidos da América, com propósito militar. Posteriormente, com a alta acurácia e tecnologia dos receptores, o GPS passou a ser utilizado nos mais variados segmentos civis, como navegação, aviação, topografia, controle de frotas e também na agricultura, como, por exemplo, na agricultura de precisão. Apesar dessa grande tecnologia, alguns erros fazem parte do sistema e variam em função do tipo de posicionamento/receptor.
Os posicionamentos mais utilizados na agricultura são: absoluto, WADGPS (Wide Area Differential GPS) e RTK (Real Time Kinematic). O posicionamento absoluto é aquele em que as coordenadas são calculadas no próprio receptor sem auxilio de outro equipamento. Já o WADGPS processa informações que diminuem o erro por meio de estações base espalhadas no continente/região de interesse, que pode ser Estados Unidos da América, Europa ou mesmo o Brasil e são disponibilizados gratuitamente pelos governos ou cobrados por empresas particulares. Enquanto que o RTK utiliza o mesmo princípio do WADGPS, porém as estações base são locais.
Dentre esses tipos de posicionamento, o absoluto possui o maior erro e varia de 3 a 10 m, sendo utilizado em operações como amostragem de solo, demarcação de talhões, identificação de pragas e doenças e mapas de colheita. O uso do WADGPS justifica-se para aplicação de insumos como pulverização, adubação e calagem, onde se admite um erro em torno de 0,20 a 1 m. Porém, a acurácia do RTK é de 2 cm, por essa razão é utilizado com piloto automático para operações de semeadura, plantio e colheita sistematizada. Atualmente, existe um novo tipo de RTK que dispensa o uso de estações locais e utiliza bases regionais para a correção do posicionamento, proporcionando um erro de 5 cm.
Para cada tipo de posicionamento relacionado acima, existe um receptor adequado. Por exemplo, para posicionamento absoluto os receptores utilizados são aqueles mais simples, chamados de navegação ou receptores C/A. Entretanto, os receptores L1 são mais usados em WADGPS e possuem mais tecnologia que os receptores C/A, tendo uma antena diferencial que faz as correções necessárias para diminuição dos erros. Já os receptores mais modernos e com maior tecnologia, utilizados em agricultura de precisão, são os receptores L1/L2. Esses possuem um link de rádio para transmissão dos dados da estação base para a estação móvel (rover), que nada mais é do que o trator que está em movimento no campo.
As variações da acurácia, ou seja, o erro em campo, são causadas por fatores inerentes ao sistema que são relacionados aos satélites, à propagação do sinal, à estação do controle e ao receptor/antena. Os principais fatores que influenciam os erros são troposfera, ionosfera e multicaminhamento (reflexão) e causam mais ou menos acurácia dependendo das condições climáticas, estações do ano, topografia e construção civil.
Por isso, conhecer as limitações de cada tipo de posicionamento/receptor é importante para seu uso correto e sucesso das operações em agricultura de precisão.
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